Moagem no Centro-Sul cresce 4% em setembro, com mix mais açucareiro

Segundo a União da Indústria de Cana-de-açúcar, até o fim da segunda quinzena de setembro, 13 unidades produtoras já haviam encerrado a safra 2016/2017

As usinas e destilarias do Centro-Sul do Brasil processaram 42,26 milhões de toneladas de cana-de-açúcar na segunda quinzena de setembro, volume 3,97% maior na comparação com igual período do ano passado (40,64 milhões de toneladas). No acumulado da safra 2016/2017, iniciada em abril, a moagem atinge 473,54 milhões de toneladas, 7,50% mais ante igual intervalo do ciclo 2015/2016 (440,49 milhões de t). Os números foram divulgados nesta sexta, dia 14, pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica).

O mix de produção na quinzena foi de 50,16% da oferta de matéria-prima para açúcar e os outros 49,84%, para etanol. No acumulado da temporada, os porcentuais são de 46,31% e 53,69%, respectivamente. 

“A maior proporção de matéria-prima direcionada ao açúcar foi influenciada pela queda na participação de destilarias autônomas (empresas que não produzem açúcar). A participação dessas destilarias caiu para 15,9% da moagem na última metade de setembro, ante 17,2% nos 15 primeiros dias do mês e 18,2% na segunda quinzena de setembro de 2015”, afirmou a entidade, em nota.

A produção de açúcar nos últimos 15 dias de setembro alcançou 2,95 milhões de toneladas (mais 23,14%). Já a de etanol totalizou 1,80 bilhão de litros (menos 9,53%), dos quais 809 milhões de litros de anidro e 998 milhões de litros de hidratado. No acumulado da safra 2016/17, a fabricação de açúcar atinge 27,77 milhões de toneladas (mais 19,65%) e a de etanol, 19,86 bilhões de litros (menos 0,79%), dos quais 8,25 bilhões de litros de anidro (mais 10,69%) e 11,60 bilhões de litros de hidratado (menos 7,60%).

ATR

Em relação à qualidade da matéria-prima, a Unica informou que o nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) na segunda quinzena de setembro foi de 146,06 kg por tonelada de cana no Centro-Sul (mais 0,34%). No acumulado do ciclo, totaliza 132,93 kg por tonelada (mais 0,27%). 

Quanto à produtividade agrícola, dados apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) em uma amostra de 159 empresas indicam que o rendimento médio da área colhida em setembro atingiu 71,8 toneladas por hectare, com queda de 9,8% em relação ao índice apurado em igual mês de 2015. Entre os estados, a quebra de produtividade variou de 7,1% em Mato Grosso do Sul a 15,5% em Goiás no mês passado.

Ainda segundo a Unica, até o fim da segunda quinzena de setembro, 13 unidades produtoras já haviam encerrado a safra 2016/2017. Desse total, seis empresas estão localizadas no estado de Goiás, onde a disponibilidade de cana foi a mais afetada pela queda do rendimento agrícola. As demais estão distribuídas pelo Centro-Sul: uma em Mato Grosso, uma no Rio de Janeiro, uma em São Paulo, duas no Espírito Santo e duas em Minas Gerais. Conforme a associação, as 13 unidades com safra encerrada até 1º de outubro apresentaram uma redução de 24,8% na moagem frente o resultado observado no ciclo 2015/2016, quando processaram 10,50 milhões de toneladas de cana (cerca de 1,7% do total de 617,71 milhões de toneladas moídas no Centro-Sul).