O saldo de empregos do setor sucroenergético brasileiro ficou negativo em 16,394 mil postos no primeiro semestre de 2015. O resultado está longe do saldo positivo de igual intervalo de 2012, de 14,388 mil vagas, e até mesmo do negativo de 2013 (689 postos), mas representa uma melhora em relação aos primeiros seis meses do ano passado, quando as demissões superaram as admissões em 18,757 mil vagas.
Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram organizados e apresentados à reportagem pela Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas do Estado de São Paulo (Fequimfar), do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
– O setor dá início a uma retomada de crescimento, mas parte de uma menor base de trabalhadores – afirmou o presidente da entidade, Sergio Luiz Leite.
Ele cita o ganho de competitividade do etanol neste ano e as perspectivas favoráveis ao consumo do biocombustível como fatores que contribuíram para um melhor desempenho da cadeia produtiva de açúcar e álcool até agora em 2015.
No ano passado, a forte estiagem no Centro-Sul do País piorou a situação de boa parte das unidades produtoras, que já enfrentam dificuldades financeiras desde a crise do crédito de 2008. No acumulado de 2014, o saldo de empregos do setor sucroenergético ficou negativo em 36,807 mil postos, o pior desde 2007, quando o Caged passou a aplicar a atual metodologia de cálculo.
São Paulo
Principal produtor do país, com praticamente metade de toda a safra nacional, São Paulo vai na contramão do observado no país. No primeiro semestre de 2015, o setor no estado empregou 22,008 mil trabalhadores a mais do que demitiu, número semelhante ao de igual período do ano passado (22,150 mil).
Esse resultado ajudou, inclusive, a sustentar o movimento de trabalhadores formais na indústria química estadual, subsetor da atividade econômica do qual fazem parte a fabricação de açúcar e de etanol. No semestre, todo esse segmento registrou saldo positivo de 17,461 mil postos. Ao lado do sucroenergético, apenas as áreas farmacêutica e de brinquedos tiveram mais admitidos do que demitidos, de 1,235 mil e 395 vagas, respectivamente. Todos os demais setores registraram saldo negativo.