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Cana

Açúcar: Índia não vai mudar política só por visita brasileira, diz secretário

Além disso, o embaixador Orlando Ribeiro também não confirmou a saída do Brasil do painel movido contra o país asiático na OMC por causa de subsídios

cubos de açúcar
Maior produtora mundial de açúcar, a Índia adota uma política governamental de subsídio à exportação do produto e não tem política de incentivo à indústria de biocombustíveis. Foto: Pixabay

A possível mudança na política indiana de incentivo à produção e exportação de açúcar para um mix mais favorável ao etanol não vai acontecer imediatamente, segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, embaixador Orlando Ribeiro. “Não é possível que alterem toda uma política interna por conta de uma visita presidencial. Isso não vai acontecer”, disse.

De acordo com o diplomata, as conversas entre os dois países, até o momento, foram baseadas em troca de experiências. Em compensação, o governo indiano, afirmou o secretário, mostrou-se aberto e receptivo em conhecer o “caso de sucesso do etanol brasileiro”. “Apresentamos para eles como foi a transformação do estado de São Paulo antes e depois da indústria do etanol. Alguns ministros, inclusive, perguntaram à ministra Tereza Cristina sobre como podem conhecer melhor as usinas brasileiras”, contou.

Os argumentos apresentados pela comitiva brasileira também levaram em conta o grau de sustentabilidade do biocombustível e a melhora na rentabilidade dos produtores de cana-de-açúcar. O eventual comprometimento da Índia em incentivar um mix mais alcooleiro – maior quantidade de cana-de-açúcar destinada à produção de etanol do que à fabricação de açúcar – era aguardado com expectativa pelo setor sucroenergético brasileiro.

Painel da OMC

Maior produtora mundial de açúcar, a Índia adota uma política governamental de subsídio à exportação do produto e não tem política de incentivo à indústria de biocombustíveis, importando volumes expressivos de petróleo.

A política indiana é questionada por Brasil, Austrália e Guatemala, em contencioso na Organização Mundial do Comércio (OMC). Os países alegam que a estratégia deprime os preços internacionais da commodity, gerando prejuízos aos agricultores locais.

Sobre a possível saída do Brasil do painel contra a Índia na OMC, Ribeiro afirma se tratar apenas de uma revisão de posição. A eventual retirada do país no contencioso foi sinalizada no domingo, 26, pelo presidente Jair Bolsonaro, em resposta ao pedido do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. “O presidente não se comprometeu com a retirada. Ele disse apenas que iria conversar, o que é normal em um diálogo civilizado entre dois líderes”, disse o secretário.

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