Os preços do açúcar no mercado internacional registraram uma queda “significativa” em março dado o cenário de excesso de produção, avaliou nesta terça-feira, dia 4, a Organização Internacional do Açúcar (OIA), entidade global que tem sede em Londres. “O sentimento do mercado foi reforçado pela previsão, já considerada anteriormente, de que a Índia não fará uma importação de larga escala e pelas perspectivas positivas para a produção de açúcar no Centro-Sul do Brasil”, trouxe o relatório da entidade.
O preço do açúcar bruto começou o mês passado a 19,39 centavos de dólar por libra-peso, mas baixou para 16,92 centavos de dólar no fechamento do período, a menor cotação diária em 10 meses – desde maio de 2016. A média mensal ficou em 18,08 centavos de dólar por libra-peso, um recuo de 10,9% ante o mês anterior.
O valor do açúcar refinado também ficou sob pressão e passou de US$ 534,35 por tonelada no início do mês para US$ 476,10 por tonelada no encerramento. A média mensal diminuiu para US$ 504,76 por tonelada, um recuo de 7,4% ante o valor médio de US$ 544,62 por tonelada visto em fevereiro. Com esses movimentos, o prêmio nominal do açúcar branco melhorou em cerca de US$ 9 por tonelada no mês passado, saindo de US$ 97,53 por tonelada para US$ 106,19 por tonelada. O relatório mensal da OIA também cita a intenção de investimentos de US$ 699,4 milhões em uma plantação de cana-de-açúcar e construção de usina na Nigéria, além da colocação em operação na Tanzânia de um engenho de açúcar com recursos de um investidor indiano.
Redução do açúcar
O documento destaca ainda informações recentes divulgadas pela imprensa de que a Nestlé já se prepara para reduzir a quantidade de açúcar em sua linha de confeitaria em cerca de 10% a partir de 2018 no Reino Unido e na Irlanda.
O relatório comenta que em um novo estudo, publicado no American Journal of Clinical Nutrition, cientistas australianos da Universidade de Sydney identificaram que ao longo dos últimos 30 anos houve uma tendência de queda no uso e consumo de açúcares e adição de adoçantes entre os australianos. Apesar disso, em 1980, 10% dos adultos do país eram obesos e agora cerca de 60% deles estão acima do peso.
Também citando a imprensa, a OIA diz que a autoridade europeia de segurança alimentar (EFSA, na sigla em inglês) vai publicar uma revisão científica sobre a quantidade de açúcar que pode ser incluída em uma dieta saudável em 2020.