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Preço do etanol deve parar de subir em outubro, diz Unica

Valor do biocombustível vem aumentando há um mês nas usinas, mas não deve avançar mais para não perder demanda para gasolina, acredita a União da Indústria de Cana-de-Açúcar

O preço do etanol hidratado não tem muito espaço para subir nas usinas e deve haver uma estabilização a partir de outubro. A opinião é do diretor-técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio Pádua Rodrigues. Segundo ele, a expectativa natural é que a alta nos preços do hidratado nas bombas seja limitado pela paridade com a gasolina e, consequentemente, a demanda pelo combustível renovável seja freada.

“Não tem muito espaço para aumentar preço. Se aumentar, perde a paridade, cai a demanda e a oferta se ajusta”, disse Pádua, durante o 5º Fórum Nacional de Agronegócios do Lide, em Campinas (SP).

O preço do etanol hidratado nas usinas sobe há quatro semanas, segundo dados Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) e, no período, o litro comercializados pelas usinas saiu de R$ 1,5473, em média, para R$ 1,6910, alta de 9,3% no período. Em relação a igual período do ano passado, quando o litro era vendido por R$ 1,1683, em média, os preços de atuais de comercialização do hidratado são 44,7% maiores nas usinas.

Segundo Pádua, além da produção menor do hidratado, essa diferença de preços ocorre pela mudança no cenário do setor sucroenergético decorrente da valorização do açúcar no mercado internacional. “Quando se combina empresas realizando caixa com exportação do açúcar e um patamar de preços melhores, a necessidade de gerar caixa diminui. Isso com que a venda do etanol seja em um patamar de preços também melhor”, disse Pádua. 

Gasolina e Cide

Pádua também defendeu que o governo reduza o preço da gasolina nas distribuidoras e que a diferença seja substituída pelo aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), com a manutenção nos preços do combustível do petróleo nas bombas. Segundo ele, com a operação inversa à feita no passado, o governo aumentaria a arrecadação, não geraria a inflação e ainda sinalizaria com a “tributação ambiental” da gasolina via Cide.

Para ele, essa operação só é possível hoje por conta, além da queda do preço do petróleo, da priorização pela Petrobras do mercado de exploração de petróleo e a redução da participação da estatal na comercialização de combustíveis. “A partir do momento em que Petrobras decidir que não vai mais importar gasolina e que isso vai ser feito pelas distribuidoras, o preço cai. O que falta agora? Aproveitar a oportunidade de colocar imposto ambiental, dar o diferencial tributário sem impactar inflação com o aumento da arrecadação”, afirmou.

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