A Petrobras não tem margem para reduzir o preço da gasolina nos postos de combustíveis do país, de acordo com o presidente da consultoria Datagro, Plinio Nastari. Segundo ele, em 1º de abril o valor do produto nas refinarias nacionais apresentava defasagem de 5,11% em comparação com o importado, ou seja, a gasolina no Brasil estava mais barata do que a trazida de fora.
“Para mim, essa seria uma medida populista”, comentou, em referência à informação veiculada na imprensa de que a estatal estaria discutindo baixar o preço da gasolina e do diesel.
Conforme os cálculos da Datagro apresentados por Nastari, nos últimos 30 dias a cotação da gasolina nas refinarias nacionais esteve 4,63% abaixo da importada. No período, o barril do petróleo WTI foi cotado em média a US$ 36,79 e o dólar, a R$ 3,7520.
Já considerando a comparação direta entre os preços da gasolina nas refinarias brasileiras e no mercado externo, sem a internação de valores no Porto de Santos (SP), aquelas estariam 16,08% acima destas em 1º de abril. Nos últimos 30 dias, o preço doméstico esteve 17,92% mais alto do que o internacional.
Ainda de acordo com Nastari, outro entrave à redução no preço da gasolina é a própria situação financeira da Petrobras. De janeiro de 2011 a fevereiro de 2016, a companhia apresentou perdas acumuladas de US$ 21,4 bilhões em razão da defasagem no valor da gasolina.