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Preços de açúcar e etanol devem ser firmes em 2016, diz Cepea

Segundo relatório do centro de estudos, usinas devem continuar priorizando a produção de etanol em detrimento do açúcar na safra 2016/2017, que começa em abril

O Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP) estima para este ano preços firmes do açúcar e do etanol no mercado interno. Conforme o Cepea, a projeção de déficit global de açúcar e o real desvalorizado ante o dólar devem manter a cotação do alimento em alta, o que já vinha sendo observado desde o segundo semestre do ano passado. 

Os preços do açúcar no mercado spot paulista (para entrega imediata) estão acima de R$ 80, no maior patamar desde 2012. Para o etanol, o cenário é “um pouco mais positivo” que em 2015. 

“O consumo aquecido no correr de 2015 e os aumentos de preços no acumulado do ano podem representar o início, ainda que de forma gradativa, de uma retomada da rentabilidade do setor, que há alguns anos amarga custos de produção em alta e prejuízos financeiros”, informou o centro de estudos em relatório sobre o mercado dos dois produtos.

Há um consenso em torno do déficit de açúcar esperado para este ano, mas seu tamanho ainda varia entre as consultorias, indo de 2,5 milhões a 8,2 milhões de toneladas. Para a Organização Internacional do Açúcar (OIA), a demanda tende a ser 3,53 milhões de toneladas maior que a produção. 

“Entre os fundamentos das projeções estão aumento nos custos de produção da commodity, a baixa nos preços mundiais, fatores climáticos e demanda global recorde por açúcar”, destaca o Cepea.

Com relação à safra de cana-de-açúcar no Brasil, o centro de estudos lembra que o fenômeno El Niño já aumentou o volume de chuvas no Centro-Sul e o reduziu na região Nordeste. 

“Isso vem atrasando o término da safra (normalmente de abril a novembro) no Centro-Sul, comprometendo pontualmente a oferta. Algumas usinas consultadas pelo Cepea sinalizam que devem encerrar a moagem apenas neste mês, enquanto outras planejam mesmo emendar a colheita das duas temporadas (2016/2017)”, diz o relatório. 

Nordeste

Para o Nordeste, a expectativa para a safra 2015/2016 (normalmente de novembro a abril) é de produção menor em razão da forte seca que atinge as principais áreas canavieiras. Em Alagoas e Pernambuco, os dois principais estados produtores da região, a queda na produção de açúcar deve ficar próxima dos 10%, estima o Cepea.
Quanto às exportações, “parece plausível esperar que, no próximo ano, os volumes sejam superiores aos da presente safra, em face da tendência de preços crescentes e que deve se sustentar devido ao déficit global previsto para a commodity”, acrescenta o Cepea.

Etanol

Conforme o Cepea, está no radar da cadeia produtiva um aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) incidente sobre a gasolina, acima dos atuais R$ 0,10 por litro, o que reforçaria a competitividade do etanol hidratado. Do lado da oferta, usinas devem continuar priorizando a produção de etanol em detrimento do açúcar na safra 2016/2017, que começa oficialmente em abril.

Para o início da próxima temporada, o contrato do etanol hidratado na BM&FBovespa com vencimento em maio/16 aponta R$ 1.455,00/m3 (fechamento de 23 de dezembro/15), 27,4% acima do valor de liquidação do contrato Maio/2015, de R$ 1.142,00/m3. “Vale ressaltar que os efeitos do clima têm importante peso no andamento das atividades da safra e, consequentemente, nos preços”, informa o Cepea.

Por fim, o centro de estudos diz que o câmbio deve continuar favorecendo as exportações brasileiras de etanol, tanto em volume como em receita, enquanto o setor também espera manter as negociações com o mercado norte-americano. 

Recentemente, os Estados Unidos anunciaram, por meio da Agência de Proteção Ambiental (EPA), regulamentação que estabelece que em 2016 serão misturados 68,5 bilhões de litros de combustíveis renováveis à gasolina em território norte-americano.

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