A Estação Experimentação do Camaratuba, na Paraíba, está distribuindo clones promissores de cana-de-açúcar. O atendimento é feito em parceria da Associação de Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan) e assistência técnica e gerencial do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).
Os clones oferecidos são os RB-021754 e RB-041443, que possuem adaptabilidade a condições diversas para o plantio, como variações de solo ou de índices pluviométricos, além de um maior índice de Açúcar Total Recuperável, o ATR. A remuneração dos produtores que fornecem esse insumo para usinas é baseada no ATR, assim, índices maiores influenciam diretamente nos lucros do agricultor.
“Hoje, o fornecedor não vende só a cana, ele vende o açúcar recuperável. Então aí está a importância dessas novas variedades. Essa 1754 tem se mostrado precoce e com alta produtividade em termos de toneladas por hectare e também de ATR. Se não fosse a parceria entre o Senar e Asplan, nós não teríamos essa oportunidade”, afirma o produtor Cléber Guedes.
O superintendente do Senar Sérgio Martins conta que o Senar-PB, além de ser pioneiro na oferta da ATeG focada em cana, também oferece assistência técnica e trabalho de qualidade.
“Nossa ATeG oportuniza ao produtor rural o acesso a novas tecnologias que são essenciais para inovação e o aumento da eficiência no campo. Também oferecemos técnicos constantemente atualizados e comprometidos com a dimensão gerencial, outro diferencial do nosso trabalho”, diz.
O agrônomo da Asplan, Luiz Augusto, também destaca que a pesquisa científica atual nesse segmento não recomenda concentrações de variedades cultivadas superiores a 20%. No entanto, a Paraíba tem uma predominância em torno de 60% na cana 579. Assim, a distribuição que está sendo realizada contribui também para a diversificação dos cultivos e a consequente segurança da produção.
“O nosso departamento técnico da Asplan tem esse objetivo de testar e trazer inovações tecnológicas e fazer a difusão, difundindo e multiplicando mudas e sementes de qualidade nas fazendas. Esses clones, por exemplo, foram conseguidos com a Ridesa, numa parceria que nós temos há mais de 20 anos e que colocamos à disposição do produtor”, afirma o agrônomo.
Outro benefício do clone 1754 é a sua performance de produtividade por hectare 8,79% maior do que a variedade 579, que predomina no Estado, e o percentual de ATR 2,09% maior. Enquanto o clone 1443 apresenta resultado de tonelada de cana por hectare 27,63% superior.
“Nós trazemos a tecnologia que já está estabelecida, em grandes centros e em empresas, para a realidade do produtor, adaptando isso para o seu tamanho, para as suas dificuldades, para as condições da sua propriedade. Isso significa trazer ciência para dentro da fazenda, que muitas o agricultor não tem acesso”, diz técnico de campo do Senar, Erick Amorim.
O produtor Geneton Neto optou por receber clones baseado nas orientações do técnico a partir das análises das condições da sua fazendo. “Como a gente tem água em abundância, o técnico passou que essa cana tem uma boa performance em áreas assim. É uma variedade que não temos na região, semente nova para aprimorar a nossa produção”, diz.