Uma parceria entre a Usina Malosso, de Itápolis (SP), um grupo de investidores e a GasBrasiliano viabilizará um projeto inédito no país para a produção e a comercialização do biometano a partir da vinhaça, resíduo do processamento da cana-de-açúcar, na rede de gás natural da subsidiária da Petrobras.
Serão investidos R$ 16 milhões na construção da planta para a produção de biometano na usina do interior paulista, com a garantia de compra de toda a oferta pela GasBrasiliano, concessionária de gás em 375 municípios nas regiões central, norte, nordeste e oeste de São Paulo.
O projeto terá capacidade de produzir anualmente 5 milhões de metros cúbicos de biometano por meio da purificação do biogás gerado a partir da vinhaça e será comercializado juntamente com o gás importado da Bolívia. Segundo o diretor-presidente da GasBrasiliano, Walter Fernando Piazza Júnior, o projeto praticamente não gerará risco aos investidores e nem à usina.
– A unidade foi feita para atender à capacidade de demanda da GasBrasiliano e a grande sacada é que estamos precificando a compra do biogás pelo preço do gás natural, ou cerca de R$ 0,90 por metro cúbic. Além disso, a usina não tem compromisso de entrega, apenas nós temos o compromisso de comprar todo o excedente dela. Ou seja, não há risco de demanda – completou Piazza.
A unidade deve iniciar o fornecimento do biometano à rede de distribuição da GasBrasiliano entre o final de 2016 e o começo de 2017. O insumo será destinado para consumidores de Itápolis e para a vizinha Catanduva (SP). Segundo Piazza, outros três projetos semelhantes, mas com usinas maiores, estão sendo negociados pela companhia.
– O potencial do Nordeste de São Paulo, onde se concentra a maioria das usinas de açúcar e etanol, é de uma oferta de 10 milhões de milhões de metros cúbicos de biometano por dia, dez vezes mais que a GasBrasiliano oferece e cerca de 25% de todo o gás natural produzido no país – concluiu o executivo.