– A capacidade de rolar dívidas de curto prazo e o acesso a linhas de longo prazo têm se mostrado complicados, a não ser em casos em que se oferecem terras como garantia – disse Miori.
Segundo ele, os bancos bilaterais e o próprio BNDES têm feito empréstimos em condições mais restritivas. Ele lembrou que esse é um segmento intensivo em capital, com capex (investimento em bens de capital) elevado, e que as companhias com rating menor têm um fluxo de caixa negativo. Portanto, disse, “o risco de refinanciamento dessas empresas de ratings menores é muito alto”.
Ele afirmou que o cenário para o açúcar em 2015 de modo geral é conservador, mas que no médio prazo existe perspectiva de recuperação de preços e influência positiva no caixa dessas empresas. Miori notou ainda que, havendo recuperação dos preços do açúcar, também melhora o humor do mercado e outras formas de financiamento voltam a ficar disponíveis.
– Entendemos que o setor continuará pressionado em 2015, os estoques globais estão elevados e mesmo que o déficit global exista (oferta menor que demanda) não vai ser relevante para recuperar os preços agora – disse.
No entanto, acrescentou, algum efeito positivo pode acontecer na próxima safra global. Ele disse ainda que o real enfraquecido pode agir contra essa tendência, já que os exportadores podem ficar estimulados a colocar mais açúcar no mercado e ao mesmo tempo reduzir os preços para manter a competitividade.