O clima deve prejudicar a próxima safra de cana do país, o que gera uma expectativa de produção menor e preços mais firmes. A longo prazo, no entanto, o setor sucroenergético está otimista com a criação do Renovabio, um projeto do governo que pretende fortalecer o papel estratégico de todos os tipos de biocombustíveis na matriz energética brasileira.
Com a safra 2018/2019 em torno de 601 milhões de toneladas no Centro-Sul do país, a redução da oferta pode aumentar o preço do açúcar, conforme analisou o presidente da Datagro Consultoria, Plínio Nastari. “Para a safra que vem, o desenvolvimento fisiológico das soqueiras está atrasado. Agora, que começa a chover, também aparece mato competindo com a cana e nós temos a possibilidade de oferta menor de cana, o que gera um mix mais alcooleiro”, disse.
Para o presidente da Organização de Plantadores de Cana Orplana (Orplana), o fator climático pode influenciar um pouco mais na produção. “Se vier este La Niña, o impacto pode ser ainda maior. Isto pode nos impactar em um volume ainda mais baixo do que já é esperado”, disse.
As lideranças são unânimes, no entanto, em afirmar que o Renovabio é o caminho para o futuro da cadeia sucroenergética. O governo deve apresentar o programa como um Projeto de Lei ou Medida Provisória, o que pode acontecer ainda esta semana. Com isso, será criado um novo mercado de certificados de redução de emissões de gases causadores de efeito estufa.