A produção no ciclo deve ser de 178,93 milhões de toneladas, segundo a empresa, enquanto que a demanda pelo alimento deve alcançar 181,04 milhões de toneladas. O déficit é resultado, principalmente, da fabricação 4% menor no Brasil, que foi afetado pela estiagem no ano passado.
De acordo com a INTL FCStone, o saldo representa 56% do aumento médio nos estoques ao longo dos últimos quatro anos e 10,6% da elevação total nos estoques no período.
Estoques
Em termos de relação estoques/uso, as reservas finais devem equivaler a 32,2% da demanda, informou a consultoria, em comunicado. O valor é 1,9 ponto percentual superior ao do final da temporada passada.
Segundo o informe da empresa, o investimento no setor está estagnado, tanto no Centro-Sul quanto no Norte-Nordeste, e muitas unidades deixaram de operar nas últimas duas safras, diminuindo a capacidade produtiva. Esses fatores estariam contribuindo para diminuir o volume de moagem e de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), afirmou a INTL FCStone, acrescentando que o mix de produção também tem se direcionado cada vez mais para o etanol.
Segundo a consultoria, a produção de açúcar pela região Centro-Sul do Brasil deve cair 4% em relação à temporada anterior, para 30,42 milhões de toneladas, enquanto a produção esperada para a região Norte-Nordeste é de 3,41 milhões de toneladas (-0,3%).
Moagem de cana
A Agroconsult elevou a projeção de moagem de cana-de-açúcar para a safra 2015/2016 que se inicia em abril no Centro-Sul para 620 milhões de toneladas. A estimativa anterior, de novembro, era de 600 milhões de toneladas.
Para a consultoria, as chuvas em regiões canavieiras foram bem distribuídas no verão deste ano, diferentemente do que ocorreu em 2014.
Se confirmadas, as 620 milhões de toneladas representariam incremento de 8,8% sobre as 570 milhões de toneladas de 2014/2015. A produção de açúcar estimada é de 33,5 milhões de toneladas (+2,5%) e a de etanol, de 28,7 bilhões de litros (+9,5%).
– A questão atual é se a indústria terá capacidade para moer esse volume. Hoje, essa diferença, de 20 milhões de toneladas, corresponderia a uma semana a mais de moagem, com a mesma capacidade instalada – diz, em nota, o analista da Agroconsult Fábio Meneghin.
Ainda de acordo com a consultoria, os prognósticos apontam para melhor produtividade nos canaviais neste ano. O índice de vegetação médio para o Centro-Sul está ligeiramente acima do observado na última safra, conforme a Agroconsult, que projeta ganho de 3,4 toneladas por hectare na safra 2015/2016, elevando a produtividade média do Centro-Sul para 74,2 toneladas por hectare.
A área a ser colhida está estimada em 8,35 milhões de hectares – expansão de aproximadamente 300 mil hectares sobre a safra 2014/2015.