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Setor sucroenergético reativa Frente Parlamentar própria

Objetivo é trazer as principais demandas para o debate político e propor políticas públicas que garantam a retomada do crescimentoO aumento de vendas do etanol hidratado fortalece o setor sucroenergético, mas ainda não é suficiente para superar a crise financeira que atinge a área. Representantes do setor e do governo se reuniram em um café da manhã, na Câmara dos Deputados, nesta quinta, dia 7, para comemorar a reinstalação da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético no Congresso Nacional. 

Segundo o presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, o consumo de etanol hidratado no país aumentou em cerca de 50% em março em comparação com o mês anterior. Para ele, o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina, que passou de 25% para 27,5%, também ajudou o setor a alavancar as vendas, mas não foi o principal fator.

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– O etanol hidratado teve, no mês de março, recorde histórico de vendas, mais de 1,440 bilhões de litros. Nós estamos ganhando mercado. Em alguns estados como Goiás, Mato Grosso, São Paulo e Paraná, se nós somarmos o hidratado e o anidro nós vendemos mais etanol que a gasolina, podemos falar que a gasolina, nesses estados, é o combustível alternativo. Nós tivemos uma medida muito importante em março, que foi a mudança de alíquotas de ICMS em Minas Gerais, que fizeram com que o etanol se tornasse mais competitivo e ganhasse mercado – expõe o presidente, André Rocha.

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A presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) também comemora o aumento nas vendas, mas diz que ainda está preocupada com a crise financeira pela qual passa o setor, que enfrenta endividamento e fechamento de indústrias há oito anos.

– O setor precisa voltar a fazer dinheiro, precisa voltar a ter rentabilidade positiva. Ele continua com um endividamento muito alto, porque, afinal de contas, foram oito anos de controle de preço e de uma sangria grande em cima da Petrobras e em cima do setor de etanol também. Então, ele continua muito endividado e continua enfrentando fechamento de usinas, perda de emprego, então apesar dos fundamentos da demanda potencial estarem aí, o setor ainda continua muito limitado na sua capacidade de investimento – diz Elizabeth Farina.

O presidente da Frente Parlamentar que apoia o setor disse que o trabalho vai ter foco em ajudar na aprovação de projetos que tratem da geração de bioenergia. Segundo ele, as indústrias que trabalham apenas com etanol estão quebrando. As que produzem açúcar ainda têm uma sobrevida, mas, apenas com novas fontes de energia alternativa o setor sucroenergético vai ter chances de crescer, voltar a ter competitividade e, consequentemente, superar a crise.
 
– No momento em que o mundo inteiro fala de redução de gases de efeito estufa, fala de mudanças climáticas, de conservação do meio ambiente, esse é um setor que pode, e contribui, e muito, mas está sendo pouco valorizado. Externalizar isso ao governo, mostrar que esse é um setor que ajuda o Brasil em todos os momentos e não pode se sentir abandonado – reivindica o deputado federal Sérgio Souza (PMDB/PR).

Frente Parlamentar

Desde 2013, a Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético trabalha no avanço de toda cadeia da cana-de-açúcar. Entre as conquistas citadas pelos representates estão o aumento da mistura do etanol anidro na gasolina; incentivos para o aperfeiçoamento de motores flex no âmbito do Programa Inovar-Auto; a inclusão do etanol e do açúcar no Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras (Reintegra); e a extensão das linhas de financiamentos para construção de armazéns, em condições diferenciadas, à indústria de açúcar.
 
Agora, a Frente quer a implementação de regras claras e de longo prazo na diferenciação tributária e na formação de preços entre o etanol e a gasolina, além da criação de um ambiente que favoreça e incentive a inovação tecnológica nas áreas de produção agrícola e industrial, bem como no aumento da eficiência do consumo do etanol nos automóveis flex, em incentivos à bioeletricidade e na elaboração de políticas públicas.
 
O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, com 400 unidades industriais e 70 mil produtores independentes de cana-de-açúcar, responsáveis pela geração de mais de um milhão de empregos diretos, distribuídos por cerca de 20% dos municípios brasileiros, e por um PIB de mais de US$ 40 bilhões e exportações anuais da ordem de US$ 15 bilhões.

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