A crescente demanda pelo etanol aumentará a tensão sobre usinas de açúcar brasileiras já pressionadas por dívidas, afirmou o CEO da Bunge, Soren Schroder, em uma conferência da indústria em Dubai.
Na avaliação do executivo, a demanda pelo biocombustível terá uma alta de 40% até 2025, o equivalente a, “no mínimo, 7 milhões de metros cúbicos”, o que representa um acréscimo em capacidade de moagem na casa dos 200 milhões de toneladas. “Como o mercado ainda está muito atrás, será difícil atingir o alvo. Haverá expansão, mas é improvável que ocorra na velocidade em que o mundo precisa”, ponderou Schroder.
Ele avaliou que o mais importante para as usinas brasileiras é aumentar a produtividade da safra por meio de melhores práticas agrícolas, para reduzir o gap de custo entre as melhores e piores usinas. Segundo os cálculos da Bunge, este gap estaria na faixa de 4 cents/lb. “A própria Bunge está trabalhando para chegar a um custo mais sustentável, de 10 cents/lb”, afirmou. Para o executivo, também será necessário um processo de consolidação para que o setor receba os investimentos necessários.
Ainda no evento, o diretor comercial da Sucden, Auke Vlas, afirmou que a colheita de cana-de-açúcar no Nordeste brasileiro registrará o menor volume nos últimos 15 anos, ou cerca de 2,9 milhões de toneladas. O clima desfavorável seria a principal razão pelo resultado, segundo Vlas.