A União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) considerou positiva a meta do Brasil para redução de emissões de gases do efeito estufa até 2030. A entidade, contudo, analisou com “cautela” a perspectiva de utilização dos derivados de cana nos próximos 15 anos, cujos números ainda não foram integralmente divulgados.
Em nota, a presidente da associação, Elizabeth Farina, disse que “é fundamental o diálogo e a interação do governo com o setor produtivo e a sociedade para definir mecanismos de implementação dessas metas”.
– De forma geral, a avaliação das metas é positiva, mas dependendo das estimativas de crescimento por energia, será necessário um esforço de investimento considerável – comentou.
No domingo, 27, durante discurso na Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) para Desenvolvimento Sustentável, em Nova York, a presidente Dilma Rousseff propôs que o Brasil corte as emissões de gases do efeito estufa em 37% até 2025 e em 43% até 2030, ambos os valores relativos aos níveis de 2005. O item faz parte da INDC brasileira, sigla em inglês no jargão climático para o conjunto de compromissos que os países têm de propor para mudanças climáticas e que será apresentada na COP 21 de Paris, em dezembro.
No que diz respeito especificamente ao setor sucroenergético, a INDC brasileira prevê, até 2030, a participação de 18% de etanol carburante e demais biomassas derivadas da cana no total da matriz energética, além de um aumento de 10% para 23% no uso de energias renováveis (solar, eólica e biomassa) exclusivamente na matriz elétrica.
– Vale lembrar que, na realidade, as metas anunciadas pelo governo praticamente mantêm a participação que o etanol e a bioeletricidade já têm hoje na matriz energética, que se aproxima de 17% – pondera a Unica.