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Usinas de açúcar já fixaram preços para 70% da safra

Conforme a Datagro, a demanda vai superar a produção do alimento em 6,21 milhões de toneladas na atual temporada global, que se encerra em 30 de setembro

Fonte: divulgação

O diretor da Datagro, Guilherme Nastari, disse nesta quinta, dia 16, durante painel no Seminário Perspectivas para o Agribusiness 2016/2017, em São Paulo, que “entre 65% e 70% do açúcar (que o Brasil vai exportar) já está com os preços fixados”. O porcentual supera o de anos anteriores, pois muitos produtores tiraram proveito da disparada do dólar e fizeram hedge. Conforme ele, o valor médio fixado ficou entre 14 centavos e 15 centavos de dólar por libra-peso.

Nastari acrescentou que a manifestação do fenômeno climático El Niño, que provocou chuvas em excesso no Centro-Sul do país, deve acabar na virada de julho para agosto, sendo substituído pelo La Niña, que se caracteriza por menos precipitações nas áreas produtoras da região. Isso pode contribuir com o andamento da colheita e moagem de cana pelas usinas.

Déficit

Conforme o diretor da consultoria, a demanda vai superar a produção do alimento em 6,21 milhões de toneladas na atual temporada global, que se encerra em 30 de setembro. Já para o ciclo seguinte, o 2016/2017, a previsão é de um déficit de 7,10 milhões de toneladas. Se confirmados, tais déficits encerrarão cinco ciclos consecutivos de superávit.

De acordo com Nastari, essa oferta mais apertada tende a pressionar os estoques ao redor do mundo. A previsão da Datagro para a relação entre reservas e consumo em 2015/2016 é de 44,5%, ou seja, 44,5% da demanda mundial pode ser atendida apenas com os estoques, desconsiderando-se a produção. Para o ciclo seguinte, o porcentual é de 39,8%.

Em âmbito nacional, Nastari destacou que a safra do Centro-Sul está muito exposta ao desenrolar climático. “Se (o fenômeno climático) La Niña vier mais forte, a safra pode terminar antes. Se tivermos mais geadas, teremos pressão no preço do açúcar”, comentou. Caracterizado pelo tempo mais seco no Brasil, o La Niña deve se intensificar no segundo semestre, favorecendo a moagem de cana. Já as geadas podem provocar perdas nos canaviais, pois queimam as plantas. 

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