As vendas de etanol hidratado no Brasil bateram recorde em junho, totalizando 1,53 bilhão de litros, um aumento de 51,76% em relação ao mesmo período do ano passado. Os dados são da União da Indústria de Cana-De-Açúcar (Unica).
Segundo o diretor técnico da entidade, Antônio de Pádua Rodrigues, o crescimento do consumo “reflete a atratividade econômica do biocombustível na maior parte do mercado consumidor e reforça a expectativa de uma safra mais alcooleira”.
No acumulado de abril até 1 de julho, as vendas totais de etanol subiram 17,17%, a 6,93 bilhões de litros, com o montante comercializado de hidratado crescendo 44,49%, para 4,45 bilhões de litros.
A proporção de cana-de-açúcar direcionada à produção de etanol continuou a crescer na segunda metade de junho, indo de 54,28%, apurados na mesma quinzena da safra anterior, para 56,40%.
– A matéria-prima direcionada à produção de açúcar tem sido influenciada pelos preços relativos dos produtos [açúcar e etanol], pela menor concentração de açúcares na cana colhida e, ainda, pela necessidade de recomposição de caixa por boa parte das empresas do setor, que têm no etanol hidratado uma opção de maior liquidez – diz Pádua, em nota.
Açúcar
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A Unica informou também que a produção de açúcar somou 2,51 milhões de toneladas na segunda quinzena de junho, queda de 2,93% sobre a quantidade observada no mesmo período da safra 2014/2015.
No acumulado desde o início da safra 2015/2016 até o 1º de julho, a fabricação de açúcar alcançou 9,26 milhões de toneladas, baixa de 10,4%.
– O nível atual de alocação da cana-de-açúcar moída e a retração na qualidade da matéria-prima processada indicam que a produção de açúcar ao final da safra 2015/2016 deverá ficar aquém da quantidade inicialmente prevista pela entidade no início deste ano – diz o diretor técnico.
Qualidade
A quantidade de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) por tonelada de cana-de-açúcar totalizou 129,90 quilos na segunda quinzena de junho, valor ainda inferior em 3,37% sobre aquele apurado na mesma data de 2014. No acumulado do ano safra, o teor de ATR alcançou 121,03 quilos por tonelada, queda de 2,73%.
Segundo a Unica, a retração na qualidade da matéria-prima processada se deve ao clima mais úmido, que contribui para o desenvolvimento vegetativo da planta e prejudica a concentração de açúcares, e ao florescimento da cana-de-açúcar em várias regiões produtoras.
