? Estes são os votos abertos, declarados; o resto se resguarda, apesar da boa receptividade que temos tido ? disse durante entrevista coletiva realizada nesta sexta,dia 18, no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
Para o ex-ministro, será possível ter um quadro mais claro de apoio após abril, quando as plataformas dos candidatos devem ser oficializadas.
? Esperamos apoio do Caribe e igualmente da América Central, mas os países de língua portuguesa estão à toda, de corpo e alma na campanha ? afirmou.
Graziano disse saber pouco a respeito dos demais candidatos – dois do Oriente Médio, dois europeus e um asiático. Ele afirmou que o que o distingue dos demais é o fato de ser o primeiro candidato interno. Apesar disso, o ex-ministro esclarece que não prega a continuidade das ações do órgão.
? Estou em um escritório regional. Sofro na carne porque sei o que é uma instituição tão verticalizada, tão burocratizada como é a FAO hoje ? considerou.
Graziano salientou também que ele representa a única candidatura de uma região que nunca contou com um diretor geral do órgão.
? Estamos vivendo em um País que é a bola da vez. O mundo tem respeito pelo Brasil em temas de agricultura e o Brasil hoje não tem medo de encarar outros candidatos ? avaliou.
Commodities
Graziano defendeu a posição da França sobre a formulação de medidas para conter a disparada dos preços das commodities agrícolas. Segundo ele, as interpretações feitas do discurso do presidente francês Nicolas Sarkozy não estão corretas, porque as propostas ainda não estão totalmente definidas.
? Estive na França na última sexta, dia 11, conversando com o Ministério da Agricultura, e eles não têm proposta acabada. Eles são a favor de algum mecanismo de intervenção, mas não significa que é de preços ? argumentou.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, no entanto, foi a Paris participar da reunião do G-20 armado com contra-argumentos para uma possível proposta de intervenção de preços.
Segundo Graziano, a França é um país tradicional de regulação, mas as primeiras interpretações estão erradas.
? Estamos sendo precipitados. Já tem gente a favor e contra uma coisa que não existe, pois a proposta não está fechada ? afirmou.
Conforme ele, é preciso lembrar que, como presidente do G-20, a França terá de buscar um consenso para a questão. Para o ex-ministro, há uma ameaça de se repetir a crise de 2008, porque quase não houve avanços em temas de regulação de mercado.
? O que temos de saber é se a proposta francesa vai abrir barreiras, o diabo mora nesses detalhes ? considerou, acrescentando que a desregulamentação dos mercados não beneficia nenhum país.