– Não é possível caminhão ficar dois, três dias parado e navio ficar dois meses parado, não tem cabimento isso. É possível mexer na operação, regime de trabalho, desburocratização. Mas nada que vá dar um alento – diz o ex-ministro.
De acordo com Rodrigues, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) projeta crescimento de 20% na produção mundial de alimentos mas, para alcançar esse número, o Brasil precisaria avançar 40% na produção.
– Nós temos terra disponível, gente capaz e tecnologia. Esses fatores nos dão competitividade, mas há uma série de gargalos que precisam ser resolvidos – reforçou.
O ex-ministro disse, no entanto, que, com a legislação atual, apenas 15 milhões de hectares dos 89 milhões de hectares agricultáveis estão disponíveis aos produtores.
– É um crescimento de 20% sobre a área atual. Eu acho que tem de mudar a legislação. Eu defendo um código agroambiental. O código tem de ter água e solo, mais do que floresta. Mais importante que a floresta é a água. O solo é mais importante do que a água. Mas essa é uma conversa muito difícil – afirmou.
Rodrigues participou nesta segunda, dia 8, de evento do Espírito Santo Investment Bank, em São Paulo, sobre o momento atual e as perspectivas para o agronegócio, cujo tema foi “Onde estamos e para onde vamos?”. A palestra discutiu as dificuldades para o escoamento da safra de grãos e os reflexos no mercado da soja.
Comércio bilateral
Durante o evento, Rodrigues pediu que o governo adote política de comércio bilateral.
– Fazemos tudo com o Mercosul, cujos interesses não são os mesmos que os nossos. O Brasil tem de eventualmente ir sozinho na negociação e depois trazer os outros países, ou fica impossível – afirmou.
Os embargos às carnes brasileiras também são considerados uma falha de negociação do Brasil com seus parceiros comerciais.
– Em geral, tem o lado comercial, que deve prevalecer, mas a gente comete erros São (erros) pontuais e de algumas empresas, mas como prevalece o comercial, usa-se a exceção como a regra – afirmou.
O ex-ministro afirmou que falta diálogo entre empresas e governo, para adequação às regras, mas também é preciso que o governo negocie quando as exigências não tiverem fundamento.
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