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Capital da cana, Ribeirão Preto tem atualmente apenas parte de uma usina

Endividamentos levaram as duas usinas da cidade ao fimA região de Ribeirão Preto é conhecida por sua força no agronegócio, incluindo o setor sucroalcooleiro. Mas a cidade de Ribeirão Preto, que já teve duas usinas de cana-de-açúcar nas últimas décadas, agora só tem parte de uma delas (com outro nome) gerando energia com base no bagaço.

Endividamentos levaram as duas usinas – Santa Lydia e Galo Bravo – ao fim. A mais recente a fechar seu parque industrial foi a Galo Bravo, que tem dívidas estimadas em R$ 450 milhões. O herdeiro Alexandre Balbo – o pai, Ademar, faleceu em setembro de 2010 -, que administrou a empresa na última safra, nada fala nem autoriza outra pessoa a falar sobre o destino da empresa, mas os comentários no mercado são de que a usina será desmontada e os maquinários irão a leilão.

A Galo Bravo, aberta nos anos 60, tinha capacidade para processar 1,5 milhão de toneladas de cana, produzindo cerca de 80 milhões de litros de etanol e 30 mil toneladas de açúcar. A Cooperativa dos Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo (Copercana) é uma das credoras da usina e acionou a empresa na Justiça para receber o que tem direito. Por isso, há funcionários na usina para garantir a posse de alguns bens.

Santa Lydia

? Nunca deveria ter vendido, foi um péssimo negócio, um desastre.

Assim resume a venda da Usina Santa Lydia o seu ex-presidente (entre final dos anos 60 e década de 80), Luiz Antonio Ribeiro Pinto, de 79 anos. A transação, fechada em 1995, ainda traz dores de cabeça à família, pois a maior parte do valor não foi pago e existe litígio judicial até hoje. A empresa era de médio porte e chegou a moer 1,5 milhão de toneladas de cana por ano, empregando cerca de três mil funcionários. Após alguns anos, a propriedade foi arrendada e em seguida leiloada. A área agora é do Produtor Independente de Energia de Ribeirão Preto (Pierp), que produz eletricidade do bagaço da cana. Da antiga moenda sobraram ruínas e as estruturas da destilaria e da refinaria serão vendidas.

A Usina Santa Lydia surgiu em 1946, fundada por Arnaldo Ribeiro Pinto, pai de Luiz Antonio. Mas na fazenda, do mesmo nome, com algodão e café, adquirida pelo avô Luiz Augusto Pinto, no fim dos anos 20, começou-se a produzir álcool ainda em 1939, para mistura do produto à gasolina durante a Segunda Guerra Mundial.

? Meu pai começou com uma usina pequena, para 200 mil toneladas de cana por ano, o que hoje seria uma brincadeira ? comenta Luiz Antonio, referindo-se ao atual momento, com as grandes empresas nacionais e grupos estrangeiros abocanhando as pequenas unidades.

O criador da usina investiu pouco em terras e ficou cercado por canaviais de concorrentes na região. A Santa Lydia era estável, mas, ao ter o contrato de um fornecedor de cana rompido dois anos antes do vencimento, a empresa se endividou em 1994 com compras de terras, cana e equipamentos, pedindo concordata. A venda foi para um empresário local, que não pagou a maior parte do acordo e repassou a usina ao grupo ligado ao antigo fornecedor de cana, a Nova União. Daí a frustração do negócio.

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