De acordo com o Dieese, a carne bovina é o item de maior peso (4,04%) no grupo Alimentação. Não por acaso, a Alimentação apresentou um dos avanços mais significativos (de 1,03%) de setembro, entre os conjuntos de preços pesquisados pela instituição.
O Dieese destacou que, em 2010, a carne já acumula uma alta de 12,88% para o consumidor paulistano. Conforme a instituição, o comportamento inflacionário da carne e a sua importância na composição dos gastos familiares sugeriram uma análise mais detalhada de seus preços. Para tanto, foi levantada uma série das taxas trimestrais de variação no período entre janeiro de 2008 a setembro de 2010, buscando detectar a existência de uma correlação entre os valores nos mercados atacadista e varejista deste alimento.
Segundo o Dieese, em 2008, o preço da carne no atacado subiu 24,99% e, no varejo, 21,96%. Os técnicos da instituição destacaram que, nos três primeiros trimestres daquele ano, houve alta acentuada no preço do item no atacado: 7,67%, no primeiro trimestre; 10,55%, no segundo; e de 9,71%, no terceiro; com queda marcante observada no quarto, de 4,28%.
? A resposta do varejo a estas variações já se observa a partir do segundo trimestre, com taxas positivas em todo o restante de 2008: 14,49%, 3,79% e 5,89% (por trimestre), acumulando, no ano, variação bastante próxima a do atacado ? salientaram.
No estudo do Dieese, a partir do início de 2009, as taxas da carne no varejo não respondem com a mesma intensidade das quedas no atacado, ocorridas ao longo de todo aquele ano. O mercado atacadista deste produto apresenta forte deflação (-13,59%), enquanto o varejista acusa queda menor (-4,13%).
De acordo com a instituição, em 2010, o atacado começa a recuperar seus valores em relação ao varejo, cujos preços são reajustados a uma taxa menor nos dois primeiros trimestres. No terceiro trimestre, porém, já se observa uma alta mais acentuada no comércio varejista, acumulando neste ano taxa de 12,88%, ainda bem menor que a do atacado 16,76%.
O Dieese destacou também que, além da carne, outras commodities importantes, como o trigo, o milho e a soja, vêm apresentando altas marcantes desde o começo de agosto. Conforme a instituição, produtos de consumo final, que são relacionados a estas commodities já responderam, em setembro, com aumentos acentuados em seus valores na pesquisa do ICV: óleo de soja (5,81%), macarrão (2,75%), farinha de trigo (2,74%), fubá (2,69%), pão francês (1,38%) e pães industrializados (1,21%).