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Carnes devem reduzir exportações de milho do Brasil, segundo Rabobank

Projeções da instituição apontam que, em 2015, excedente do grão no país pode ser de apenas dois milhões de toneladasO Brasil tem sido frequentemente apontado como candidato natural para oferecer quantidades de milho cada vez maiores ao mercado internacional, mas o rápido desenvolvimento de sua indústria de carnes deve impedir que o país aumente sua fatia no mercado externo de forma expressiva nos próximos anos. De acordo com projeções do Rabobank, em 2015 o excedente exportável de milho no país pode ser de apenas dois milhões de toneladas.

A projeção do banco leva em conta, de um lado, que a demanda adicional para produção de ração animal será de 6,3 milhões de toneladas em 2015/2016, ou 15,5% mais que as 40,7 milhões de toneladas em 2010/2011. A demanda total, daqui a cinco safras, seria de 54 milhões de toneladas, para uma produção de 61 milhões de toneladas (levando em conta aumento médio de área plantada e produtividade dos últimos cinco anos). Neste caso, o excedente exportável seria de sete milhões de toneladas. Mas se a área plantada crescer à taxa média dos últimos 10 anos, o excedente poderia cair a dois milhões de toneladas.

Para elevar a produção acima de suas taxas históricas, o Brasil teria que ter um incentivo, na forma de preços bem acima do custo de produção do milho, avalia o banco.

“Pode ser concluído que os níveis de preço que acelerariam a expansão da safra de milho no Brasil deveriam ficar bem acima do custo marginal de produção e refletir as circunstâncias particulares de cada região produtora. Parece claro que esse tipo de incentivo é necessário para estimular taxas de crescimento acima da média e maiores investimentos em tecnologia, necessários para elevar o excedente exportável”, diz relatório do banco.

Em 2010/2011, a produção brasileira de milho, de 57,5 milhões de toneladas, correspondeu a 6,7% da oferta mundial. O país é o terceiro maior produtor mundial, bem atrás de Estados Unidos e China, respectivamente responsáveis por 38,8% e 20,6% da oferta. Cerca de 70% da produção brasileira vai para a indústria de carnes.

A demanda global crescente por carnes nos próximos anos por causa do aumento da população e da renda nos emergentes, em particular na China, deve absorver os excedentes da produção de milho, ao menos no Brasil. Estimativas recentes da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) projetaram um aumento de 9% no consumo global de carnes bovina, suína e de frango até 2015, saltando de 265 milhões para 290 milhões de toneladas entre 2010 e 2015.

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