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Carretas de soja de Mato Grosso levam nove dias para descarga em portos

Há dois anos viagem levava três dias a menosCarretas carregadas com 50 toneladas de soja em Sapezal, no meio-norte de Mato Grosso, levam três dias a mais para fazer a descarga nos Portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). A viagem de 2,2 mil quilômetros, que há dois anos levava seis dias, ficou mais demorada este ano em razão das precárias condições das estradas e do gargalo nos portos.

Como os veículos demoram mais para retornar, há falta de caminhões. Com isso, o custo do frete dobrou e absorve 27% do valor da soja na região, uma das principais produtoras desse grão no Estado. Mato Grosso lidera a produção nacional de soja que, nesta safra, chegará a 66,3 milhões de toneladas, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Na quinta, dia 7, o produtor e presidente do Sindicato Rural de Sapezal, Claudio José Scariote, tentava monitorar os veículos que seguiam com soja para os portos de São Paulo e Paraná.

— As estradas estão em péssimas condições e os caminhões viajam em comboios, com velocidade reduzida. Nesse momento, tem filas no corredor BR-163/BR-364 (principal via de escoamento da soja em Mato Grosso), nos portos e no entreposto da ferrovia em Alto Araguaia — descrevia.

A demora obrigava o produtor a tentar fretar carretas extras.

— Está difícil, pois estão pedindo R$ 300,00 a tonelada posta em Paranaguá — disse.

Em 2012, o frete não chegava a R$ 180,00 por tonelada.

— Culpam até o aumento no diesel — disse.

A opção ferroviária, segundo Scariote, não atrai porque as operações de transbordo são demoradas e o preço não é competitivo.

— Comparando com a rodovia, o custo sai elas por elas — disse.

Os produtores de Sapezal têm a opção de embarcar a soja na Hidrovia do Madeira, em Porto Velho, mas os 950 quilômetros de estradas até o terminal de embarque estão muito ruins. O frete, que em 2012 era de R$ 80,00 por tonelada, agora custa exatamente o dobro.

— Estamos colhendo uma safra gigante, mas da porteira para fora está um caos — disse.

Para o operador Joel Soares, coordenador de logística de uma das maiores transportadoras de Rondonópolis, na região sul do Mato Grosso, o principal gargalo está nos portos.

— Uma carreta perde de 24 a 30 horas na descarga, o que é um absurdo.

Em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, as estradas não comportam o volume de caminhões. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) anunciou o recapeamento da BR-163 a partir da próxima semana entre o Posto Gil, a 140 km de Cuiabá, e Nova Mutum (MT), mas as obras não ficam prontas para esta safra. A previsão é de que o serviço se estenda até Sinop (MT). No sul, a rodovia será duplicada entre Rondonópolis e Jaciara (MT). De acordo com Soares, no Estado de São Paulo, entre as dificuldades, estão as restrições ao tráfego de caminhões nas regiões metropolitanas e o alto custo dos pedágios.

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