A Polícia Civil do Estado de Goiás prendeu um casal suspeito de aplicar golpes em agricultores.
A prisão aconteceu na semana passada, em Cuiabá (MT), mas foi divulgada apenas nesta terça-feira (2).
Entenda o golpe
De acordo com a polícia, a investigação nasceu de uma denúncia feita por servidores da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás (Semad).
Em 2020, os funcionários públicos foram surpreendidos com a apresentação de licenças ambientais falsas por um agricultor de Goiás, durante uma fiscalização.
O que mais chamou a atenção dos servidores públicos foram os documentos falsos, que apesar de possuírem numeração de processos administrativos em andamento, tinham contradições e diferenças dos processos originais.
Questionados pelos servidores, o agricultor informou que uma pessoa entrou em contato, via telefone e se apresentou como servidor da Semad.
Outros produtores rurais da região também foram abordados pelo mesmo homem.
O homem se oferecia para agilizar a licença ambiental, sem a necessidade passar por todos os passos necessários.
Para isso, ele solicitava a realização de transferências bancárias dos agricultores para a conta bancária de uma mulher.
Cerca de nove agricultores aceitaram a “oferta” e transferiram o dinheiro. Então, receberam uma licença ambiental do falso servidor.
Contudo, as “licenças” eram falsas.
Após uma investigação, os policiais identificaram um suspeito e sua ex-companheira, como os responsáveis pela prática do golpe em agricultores e pelo recebimento do dinheiro.
Os dois moravam em Várzea Grande, na região metropolitana de Cuiabá.
Operação Semad
Após a identificação, os policiais de Goiás foram ao estado de Mato Grosso e cumpriram dois mandados de prisão e de busca e apreensão na residência dos suspeitos.
A mulher foi presa numa chácara às margens do Rio Cuiabá. O homem foi preso em um apartamento de Várzea Grande.
Como resultado das buscas, houve a apreensão de objetos importantes para as investigações como celulares e cartões.
Além disso, descobriu-se que o investigado obtinha as informações dos agricultores diretamente do sistema de informações da Semad. O site mantinha os dados dos processos disponíveis para o público em seu site da internet.
Os investigados irão responder pelo crime de estelionato. Já os agricultores que adquiriram tais licenças poderão responder criminalmente pelo uso de documento falso.