Os produtores rurais Pedro Luiz e Guilherme Feldhaus, de Bocaina do Sul (SC), foram surpreendidos na manhã desta segunda-feira, 19, por uma das araucárias da propriedade. Em apenas um dos galhos havia 16 pinhas, todas bem cheias.
“Esse pinheiro fica a uns 10, 12 metros, atrás do galpão da casa, e a gente foi fazer a retirada das pinhas. Nem tiramos as pinhas, para o pessoal fazer matéria sobre”, conta Guilherme.
Ele compartilhou a foto nas redes sociais e suspeitou, pela repercussão, que se tratava de um fenômeno raro. Espectador assíduo, ele procurou a reportagem do Canal Rural para compartilhar o acontecido e tentar entendê-lo.
“Se me contassem, eu iria duvidar. Por isso fiz vídeo e tirei fotos: 16 pinhas em um único galho, e todas elas com bastante pinhão”, escreveu ele, em postagem no Facebook.
Guilherme conta que a produção de pinhão é apenas para o consumo da família, que se dedica comercialmente à pecuária e ao reflorestamento de pinus. “Esse pinheiro sempre produziu bem, mas não tanto quanto neste ano”, conta.
Segundo o pesquisador da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri) Tássio Rech, trata-se mesmo de um fenômeno incomum. Geralmente, entre quatro e seis pinhas por ramo são consideradas um excelente número.
“Fica bastante difícil explicar, porque não conheço essa araucária pessoalmente, mas pode ter acontecido um fenômeno ou problema que fez com que os demais ramos não segurassem tanto as pinhas. Isso resultou em uma nutrição diferenciada para o ramo que produziu”, comenta.
Safra de pinhão em Santa Catarina
A família Feldhaus não comercializa o pinhão produzido na propriedade. Mas outros produtores catarinenses estão animados. A colheita no estado já começou e as perspectivas são boas.
“Para este ano, tendo em vista a safra passada, a expectativa é boa. A produção não é cheia, mas já está alta. Em comparação ao ano anterior, já é superior. Se o preço continuar como se iniciou, na base de R$ 3 este ano, vai ser uma safra satisfatória”, diz Lucas Souza Melo.
O gerente regional da Epagri José Márcio Lehmann alerta para possíveis impactos da pandemia na hora da comercialização. “Foram proibidos todos os eventos presenciais das principais festas que ocorriam no Brasil e que eram potenciais consumidores dessa nossa iguaria serrana que é o pinhão. Isso pode com certeza prejudicar a questão do consumo e, consequentemente, diminuir os preços”, afirma.