Cassel apoia limite de propriedades rurais desde que diferenças regionais sejam respeitadas

Debate não deve se limitar ao tamanho da propriedade, diz ministroO ministro do Desenvolvimento Agrário, Guilherme Cassel, afirmou nesta quarta, dia 15, ser favorável ao limite de propriedades rurais no país. Ele destacou, entretanto, que é preciso considerar as diferenças regionais de cada Estado e que não é possível estabelecer um tamanho limite de área para todo o Brasil.

? Sou a favor que a gente limite o tamanho da propriedade. Não faz nenhum sentido, do ponto de vista civilizatório, inclusive, que uma pessoa detenha de 50 a 100 mil hectares de terra. Mas esse debate tem que ser feito sem nenhum maniqueísmo, um debate sério, voltado para as diferenças regionais do Brasil ? disse durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços.

Após participar de entrevista a emissoras de rádio, Cassel destacou que o interesse dos brasileiros é uma malha fundiária bem utilizada, com terras agricultáveis, produzindo alimentos em quantidade e qualidade suficientes para garantir segurança alimentar e preços baixos.

? Esse é o debate que devemos fazer. Não é o debate exclusivo de limitar ou não limitar o tamanho da propriedade, mas como um país desse tamanho e com tanta terra agricultável pode tirar o melhor disso, produzir mais e garantir preço baixo ? concluiu.

Uma consulta popular sobre o limite de propriedades rurais brasileiras está sendo coordenada pelo Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo. O plebiscito tem como objetivo pressionar o Congresso Nacional a incluir um inciso na Constituição que defina em 35 módulos fiscais a área máxima de cada terra.

Áreas com tamanho superior seriam incorporadas automaticamente ao patrimônio público e, posteriormente, destinadas à reforma agrária. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), mais de 50 mil propriedades serão atingidas em todo o país caso a proposta seja aprovada.