Na última terça, dia 17, a Argentina anunciou que não vai suspender a regra de licenças não-automáticas de importação para produtos brasileiros. Nessa quarta, dia 18, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) pediu que o governo federal adote o mesmo mecanismo para a importação de leite do país vizinho, que cresceu 40% no último ano e chegou a US$ 22 milhões em janeiro último.
? O que o presidente Lula tem dito de forma muito clara é que a gente tem que evitar medidas protecionistas porque elas prejudicam os outros e desarrumam o comércio internacional. Estamos muito preocupados com a situação do leite e com o aumento das importações ? disse Cassel, após participar de entrevista a emissoras de rádio no programa Bom Dia, Ministro.
O ministro explicou que o aumento nas importações de leite pode derrubar os preços dos produtores brasileiros, mas destacou que o preço do litro do leite brasileiro, por enquanto, permanece “bom” – entre R$ 0,40 e R$ 0,60. O ministro avaliou, entretanto, que caso o Brasil venha a enfrentar problemas em relação ao aumento das importações do produto, o governo “vai ter que agir”, sobretudo, por meio de acordos com países que compõem o Mercosul.
? A gente não pode se enganar. Se houver importação de leite seja da Argentina, do Uruguai, os produtores brasileiros vão ser prejudicados em um primeiro momento, mas, em um segundo momento, vai chegar lá, nos países vizinhos. A gente tem que ter um comportamento de bloco e proteger a agricultura de uma maneira geral em todos os países.”
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Reinhold Stephanes, confirmou que “há razão” para o temor e estimou que o volume de importação de leite saltou de 2 mil toneladas para 10 mil toneladas em janeiro deste ano.