A acusação partiu dos círculos políticos conservadores, que veem na decisão um reflexo revanchista após a rejeição, no fim de junho, pelo Tribunal Constitucional da Espanha, de parte do novo estatuto de autonomia da Catalunha. A presidente regional de Madri, Esperanza Aguirre, disse que a proibição “nada tem a ver com os maus-tratos contra os animais”, mas busca “romper laços entre a Catalunha e o resto da Espanha”.
O veto às touradas foi aprovado por 68 votos a favor, 55 contra e nove abstenções e valerá a partir de 2012. A medida recebeu o apoio dos deputados do partido separatista catalão ERC e de 32 dos 48 representantes do partido nacionalista moderado CiU. Durante as discussões que precederam a votação no parlamento regional, o separatismo foi um tema evitado. Os adversários das touradas citaram a “crueldade” e a “barbárie” do espetáculo, enquanto seus partidários pediram “liberdade” de escolha para os amantes dessa tradição “cultural”.
Especialistas catalães viram na decisão nada além de uma consequência lógica do desinteresse progressivo do público pelas touradas na Catalunha, onde a praça de touros Monumental de Barcelona é um raro caso de continuidade à organização desse tipo de espetáculo. Assim, a proibição não é considerada uma grande perda. As touradas já eram proibidas nas Ilhas Canárias.