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CCAS divulga nota em que diz apoiar trabalho de Aldo Rebelo

Conselho acredita que conteúdo do substitutivo do Código Florestal Brasileiro foi elaborado na busca do consenso que beneficie todos os setoresA Diretoria do Conselho Científico para Agricultura Sustentável (CCAS), informou em nota nesta terça, dia 10, que apoia o trabalho feito pelo deputado federal Aldo Rebelo como relator do projeto do novo Código Florestal, pois, após ponderar sobre o tema, entende que o conteúdo do mesmo foi elaborado visando a busca do consenso e equilibrando as diferentes necessidades entre as classes envolvidas.

O Conselho frisou a importância de revisar e firmar a legislação florestal brasileira, em virtude que os objetivos da época em que foi criado, diferem da atual necessidade do congresso regulatório atual, da sociedade rural e ambientalistas.

Confira o texto na íntegra:

” A Diretoria do Conselho Científico para Agricultura Sustentável, após deliberar sobre o tema, entende que:

1. É importante revisar e consolidar a legislação florestal brasileira, em virtude do anacronismo de parte apreciável do estamento regulatório atual, do conflito existente entre as diversas medidas legais atualmente em vigor, e entre estas e as necessidades atuais e futuras da Nação, da Sociedade Brasileira e Mundial;

2. O CCAS entende que a sustentabilidade é composta de três pilastras integradas com equanimidade, representadas pelas vertentes ambiental, social e econômica. A inteligência do processo é obter a melhor integração possível entre estas três vertentes, na proposta final de alteração do marco legal;

3. Como corolário do item anterior, qualquer proposta ficará irremediavelmente comprometida se não obtiver um balanço e equilíbrio entre as três vertentes. Por exemplo, se houver excessiva restrição ao manejo florestal, desconsiderando a enorme demanda por alimentos do mundo atual e futuro, o perigo iminente é a derrubada ilegal de áreas que a lei pretende preservar, por pressão da sociedade por mais alimentos;

4. O CCAS entende que é perfeitamente possível manter a área agricultável do Brasil em sua dimensão atual de, aproximadamente, 340 milhões de hectares, divididos entre exploração pecuária, agricultura anual e perene e atividades florestais, mesmo posta a enorme pressão por aumento na produção de alimentos por parte da sociedade. Esta aparente inequação é um sofisma pois, oferecidas as condições para o incremento constante da produtividade sustentável da exploração agrícola, pecuária e florestal, é possível aumentar a oferta de produtos agrícolas sem expansão líquida de novas áreas agricultáveis;

5. Para tanto, o CCAS defende políticas públicas adequadas como investimento elevado e constante em Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuária; em Extensão e Assistência Técnica; na Excelência em Educação Profissional de Nível Superior e de Nível Técnico; em Programas de Redução de Perdas da Produção Agrícola; em uma política sólida de incentivo às florestas com finalidade comercial; e em políticas de incentivo ao uso de tecnologia sustentável, especialmente utilizando os instrumentos financeiros do Governo;

6. Em decorrência, empresta seu apoio ao trabalho do deputado federal Aldo Rebelo como relator do projeto do novo Código Florestal, cujo labor foi centrado no diálogo e na busca do consenso que permitisse consolidar a legislação possível, equilibrando os diferentes antagonismos e sinergias presentes no tecido social da Nação;

7. Em particular destaca a abordagem referente aos regulamentos das Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reserva Legal (RL), preservando o direito de quem sempre agiu no estrito cumprimento da legislação, lembrando que a Lei nunca pode retroagir para punir quem cumpriu a legislação vigente à época dos fatos.

8. Igualmente apóia a diferenciação entre lavouras permanentes e anuais, por conta da enorme diferença de impactos ambientais causados por uma ou outra forma de exploração, consubstanciada no tratamento diferenciado para áreas consolidadas; e a diferenciação entre pequenos, médios e grandes produtores, em função do impacto social causado por uma nova legislação que precisava levar em consideração a capacidade de suporte de cada nível de produtor;

9. O CCAS ressalta a importância do novo Código Florestal como um marco legal que se alicerça na soberania dos brasileiros para decidir sobre a ocupação e uso do território de sua pátria, sem desconsiderar as necessidades planetárias. Entendemos que é deveras importante que o Brasil envide o máximo de seus esforços para preservar a maior área de cobertura florestal do mundo, tanto em termos absolutos quanto relativamente à sua área geográfica ou à sua população, não devendo curvar-se desnecessariamente à pressão de entidades de outros países, com objetivos que não estão claros para a Sociedade Brasileira. O CCAS entende como legitimo que Governos ou ONGs de outros países tragam o seu ponto de vista ao debate do Código Florestal Brasileiro, porém dentro do exato limite da Lei e da prática, dos usos e da realidade que vige em seus próprios países;

10. Em resumo, o CCAS defende que o novo Código Florestal deverá possibilitar ao Brasil alimentar seu povo e contribuir para eliminar a fome no mundo ? permitindo a continuidade do processo de inserção social ora em andamento – sem impactos inaceitáveis para o meio ambiente e atendendo no limite do possível o conjunto de anseios sociais vinculados ao tema.

As informações são da assessoria de imprensa do CCAS (Conselho Científico para Agricultura Sustentável).”

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