De acordo com o presidente da Ceasa, Paulino Donatti, a primeira etapa do projeto já está bastante adiantada, se referindo a construção da Estação de Manejo e Transbordo de Resíduos, uma edificação de alvenaria com 440m² localizada na área do complexo, com investimento nessa fase de R$ 320 mil.
A estação somará recursos na ordem de R$ 600 mil assim que estiver finalizada. O próximo passo será a construção do biogestor dentro da Ceasa, para produção e aproveitamento de energia a partir do processo fermentativo anaeróbico.
– A meta com a construção da usina é aproveitar 70% do lixo orgânico produzido no complexo, com o objetivo de gerar até 30% de seu consumo energético – diz Donatti.
No ano passado, cerca de 9,5 mil toneladas de resíduos foram produzidas – 38 toneladas por dia. Este número representa a produção diária de uma cidade de 50 mil habitantes – originados por 564.669.534,9 quilos de produtos ofertados por mais de dois mil produtores e 311 empresas atacadistas. Porém, apesar de mais de 80% do resíduo ser de origem orgânica e 20% inorgânico, somente 15% de todo este volume teve como destinação final como orgânico, sendo os 75% destinados como resíduos inorgânicos e 10% como palha.
Atualmente, as atividades de manejo, separação e transbordo são realizadas em área aberta, gerando chorume que penetra nas tubulações e exalam cheiros pelo complexo. Ainda, quando as operações de manejo dos resíduos ficam expostas, além do aspecto visual impróprio, está sujeita às chuvas, o que contribui sobremaneira para potencializar os problemas com o meio ambiente.
O presidente da Ceasa aposta na viabilidade econômica do programa, citando como exemplo o custo atual mensal com transporte e disposição, na ordem de R$ 23 mil e 47 mil, respectivamente.
– Com o programa, o custo com transporte pode cair para R$ 9,2 mil e com disposição na ordem de R$ 23,5 mil, o que representará uma economia de R$ 37,3 mil por mês – explicou.
As obras permitirão reduzir o impacto ambiental gerado por resíduos de alimentos impróprios para o consumo, gerar renda com a venda de biofertilizantes e economia de custos com manejo de sobras dos produtos comercializados no local, que serão transformados em biogás e consequentemente em energia elétrica.