O trabalho é resultado de uma pesquisa realizada nos últimos 15 meses por técnicos da estatal, por meio do Programa de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), para conhecer a realidade dessas centrais e sugerir medidas que possam melhorar o desempenho do setor. Para isso, eles entrevistaram dirigentes das unidades, especialistas da área, agentes públicos, operadores do sistema, produtores e comerciantes.
Segundo o gerente do Prohort, Newton Araújo, uma vez dimensionadas estatisticamente essas falhas será possível priorizar as soluções mais urgentes, como a necessidade de modernização dos mercados atacadistas. É o caso, por exemplo, do processo de classificação, embalagem, transporte, acondicionamento, manipulação e rastreabilidade dos produtos que circulam nas unidades, completa.
Ele cita ainda a aplicabilidade correta das normas sanitárias e o combate ao desperdício como outros fatores que precisam ser observados pelas Ceasas.
O coordenador do estudo e consultor do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Altivo Cunha, diz que uma das alternativas para enfrentar essas dificuldades é a criação de um acordo de cooperação entre instituições nacionais e estrangeiras para intercâmbio de informações técnicas.
? Essa parceria seria importante para amadurecermos e avaliarmos questões como práticas ambientais, bancos de alimentos, assistência técnica e capacitação dos agentes e operadores do setor ? defende.
Números
Para ter idéia da dimensão e da atual potencialidade do Sistema Brasileiro de Mercados Atacadistas, que reúne todas as 72 Ceasas do país, só em 2007 foram comercializados 15,5 milhões de toneladas de frutas, legumes e verduras, o que representou um faturamento em vendas da ordem de U$ 9,9 bilhões. Isso é mais que o faturamento de redes como o Carrefour, Pão de Açúcar e Wall Mart.
Segundo o diagnóstico, os mercados atacadistas são considerados hoje espaços urbanos com grande movimentação de pessoas e negócios. Isso demanda ações integradas de políticas públicas voltadas à segurança, ao trânsito, à educação e à saúde, afirma Cunha. No estudo, ele defende ainda a criação de um modelo de gestão integrada entre as centrais para a consolidação desses mercados.