– Nós fizemos um giro pelas Ceasas do Brasil e detectamos problemas. Estamos tentando montar uma Ceasa de última geração em Mato Grosso, sem problemas. É uma quebra de paradigmas total, porque vamos fazer uma Ceasa privada. A quebra de produto na Europa é de 3% a 5%. No Ceasa, é 30 %. Nós queremos ficar no meio, com 10% a 12%. Isso é economia para a população – afirma Baltazar Ulrich, diretor-presidente do Ceasa.
Durante o evento, idealizado pela Associação Brasileira das Centrais de Abastecimento (Abracem), os representantes puderam conhecer as técnicas adotadas no campo, desde o plantio, passando pela colheita, até a chegada à Ceasa. Os técnicos apresentaram a campanha nacional de incentivo ao consumo de hortifrutis e da preocupação com a segurança dos alimentos que consumimos. Ulrich quer levar as informações obtidas para fazer da Ceasa de Mato Grosso um exemplo.
– Se você vai a um lugar da casa e ela tá asseada, limpa, você vai a um restaurante, está asseado, limpo, tem segurança alimentar. Você vai à Ceasa e está sujo, abandonado, você tem preocupação. Nós queremos que a Ceasa de Mato Grosso esteja como a casa dele: limpa, asseada, higienização completa – acrescenta Ulrich.
A campanha foi dividida em duas partes. A primeira, já em andamento, trata da importância da higiene e do manuseio do alimento. A segunda começa no primeiro semestre de 2014 e tem como objetivo incentivar a população a consumir mais frutas, legumes e verduras.
Segundo levantamento da Abracen, as 30 centrais de abastecimento do país movimentam cerca de R$ 29 bilhões por ano. São mais de 10 mil empresas atuando nesse mercado. E 30% dos alimentos acabam sendo desperdiçados. Para o diretor da Abracen, Carmo Robilota Zeitune, é importante que o país fique atento em relação ao consumo desses alimentos. Segundo a organização Mundial da Saúde (OMS), o ideal é comer 400 gramas de hortifrutis ao dia, e a média brasileira é menor que isso.
– Nós temos um consumo muito baixo para uma população muito grande de brasileiros. Consumimos metade do que a OMS recomenda. Então, está na hora de nós, gestores de Ceasas, orientarmos os mercados atacadistas. Temos uma relação muito boa com os mercados de distribuição, para criar um incentivo. Não é do dia para a noite que isso vai acontecer, mas isso precisa ser iniciado – afirma Zeitune.