EMBARQUES

Cecafé: 62% dos navios para exportação de café registram atrasos em junho

De acordo com a entidade, Brasil deixou de exportar 1,232 milhão de sacas de café devido a atrasos e problemas em terminais portuários

café, CNC
Foto: Pixabay

Em junho, 254 navios previstos para embarques de café sofreram atrasos ou alterações de escala nos principais portos brasileiros responsáveis pelo escoamento do produto, de acordo com o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela ElloX Digital em parceria com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé). O número corresponde a 62% dos 413 navios movimentados no mês passado, mostrou o boletim.

Segundo levantamento realizado pelo Cecafé junto a 30 exportadores associados, que representam 77% dos embarques totais, o Brasil deixou de exportar, somente em junho, 1,232 milhão de sacas de café (3.734 contêineres) devido a atrasos de navios, alterações de deadlines, rolagens de cargas e falta de espaços nos terminais portuários.

Esses embarques não consolidados no mês passado impediram a entrada de US$ 294,671 milhões (R$ 1,588 bilhão, considerando o dólar médio de R$ 5,39) nas transações comerciais do País e causaram prejuízo de R$ 4,7 milhões a essas 30 empresas, disse o Cecafé.

No Porto de Santos, principal ponto de saída do café brasileiro para o exterior, com representatividade de 69,1% no primeiro semestre, os atrasos envolveram 118 navios, ou 82% do total de 144 embarcações, segundo o conselho. Do total de 1,232 milhão de sacas de café que o Brasil deixou de exportar em junho, Santos foi responsável por 59%, ou cerca de 725 mil sacas (2.198 contêineres).

O diretor técnico do Cecafé, Eduardo Heron, destacou em comunicado que a continuidade e o aumento no número de navios com atrasos e alterações de deadlines refletem as limitações de infraestrutura e da falta de espaços físicos nos portos que embarcam o café brasileiro. Ele observou que, mesmo mantendo a liderança nas remessas do produto ao exterior, a representatividade do Porto de Santos vem caindo desde 2022, quando detinha 80% dos embarques.

Para Heron, é urgente promover o debate com os diversos elos do comércio exterior brasileiro, analisar os atuais impactos e prejuízos aos exportadores e buscar soluções que mitiguem os riscos logísticos e evitem a adição de despesas elevadas e não previstas nos embarques.