A área de pastagens cultivadas no Brasil cresceu 9% nos últimos 11 anos, segundo o resultado preliminar do Censo Agropecuário. Com esse bom desempenho, o país superou a marca de 111 milhões de hectares. O processo de intensificação da atividade tem ajudado pequenos produtores a permanecerem na atividade. “Sem ela você não consegue pagar as despesas da propriedade”, afirma o pecuarista Pedro Grotto.
O leite é o sustento da família dele há oito anos. Para melhorar o resultado da atividade, Grotto investiu na adubação de pastagens, o que permitiu chegar a uma taxa de lotação de seis cabeças por hectare — quatro a mais do que a média nacional.
O sistema adotado pelo produtor foi o piquete rotacionado. A área de 15 hectares foi dividida em 28 lotes, onde os 90 animais são colocados em dias alternados para estimular o crescimento do pasto. Com a nova estrutura, a produção leiteira aumentou 500%. “Antes de implantar o sistema, estávamos com 100 litros diários, e, depois, passamos para 600 litros. Nosso projeto é chegar a mil litros em um ou dois anos”, conta o pecuarista.
Nos períodos mais chuvosos do ano, o pecuarista cultiva corredeiras com elevado teor de nutrientes, como capim tanzânia, pioneiro e grama estrela. Durante a estiagem, é feita semeadura de aveia que apresenta menor necessidade hídrica e é mais resistente ao frio.
De acordo com o médico veterinário Fernando Garcia, no verão, a pastagem começa a ser usada quando atinge altura ideal de colheita, que varia de acordo com pastagem. “No caso do capim mombaça é 90 centímetros; tanzânia, 70 centímetros; da grama, na faixa de 30 a 35 centímetros. Retiramos quando atinge a área de resíduo mínimo, para garantir a perenidade das pastagens, que no caso do mombaça e tanzânia é de 30 a 40 centímetros”, detalha o especialista.
Além da irrigação, o pasto recebe adubação nitrogenada e fosfato. Garcia diz que o sistema é indicado para fazendas de médio porte, por apresentar baixo custo: cerca de R$ 0,70 por litro de leite.
O que mais mostra o Censo?
A área de pastagens naturais caiu 18,7%, saindo de 57 milhões de hectares para 46 milhões de hectares, e a quantidade de matas aumentou quase 80%, passando de 4,7 milhões de hectares para 8,4 milhões de hectares.