Para chegar a uma das 20 propriedades que o recenseador Luciano Pinheiro visita por dia, ele precisa usar o GPS, o equipamento que ajuda a localizar os endereços.
? Eu ponho o endereço aqui, vou na captura do satélite. Ele me dá a resposta aqui do sinal, eu consigo dentro deste traçado do setor rural encontrar a rua que eu quero trabalhar no momento ? explica o recenseador.
Pinheiro faz a coleta dos dados na comunidade de Embura, no distrito de Marcilac, no sul de SP, a 46 quilômetros do centro da cidade. A região é de sítios e propriedades rurais como a do agricultor Nelson Schmidt. Ele mora no local há 60 anos e é produtor de hortaliças.
As perguntas para o pessoal no campo são as mesmas feitas para quem mora na cidade. O questionário básico do IBGE não leva mais que cinco minutos para ser respondido. A diferença é que, enquanto na cidade um recenseador visita de 250 a 300 casas em 20 dias, na zona ele mal consegue chegar a 100.
Depois de 15 dias de aplicação dos questionários do censo, o IBGE fez um levantamento parcial do trabalho. Até agora, 17% da população foi recenseada. São 33 milhões de brasileiros. O Instituto não divulgou ainda quantos no meio rural. Coordenadora do trabalho em uma região de SP onde moram 150 mil pessoas, Edilia Oliveira diz que o trabalho no campo é mais difícil, e que se intensifica esta semana.
? A dificuldade, o acesso às propriedades já dificulta um pouquinho. Então, o recenseador, em primeiro lugar, tem que conhecer o local para não se perder nas estradas. Ele tem que ter um veículo. Ele pode ir a cavalo, ele pode ir de moto, ele pode ir de carro, de acordo com o veículo que ele tem no momento ? explica Edilia.
O trabalho dos recenseadores em todo o Brasil vai até o dia 31 de outubro. O levantamento vai ajudar a definir políticas públicas e a auxiliar a iniciativa privada a tomar decisões sobre investimentos.