A unidade é vinculada à Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de SC (Epagri). O chefe do centro, Walter Miguel, informa que, desde 2002, há dificuldades de se encontrar pesquisadores especializados para trabalhar na unidade, o que já exigiu a transferência de algumas atividades para a Estação Experimental de Pesquisa de Videira. Em 2005, o contrato para o uso da área de 22 hectares ? pertencente à União ? venceu, proibindo investimentos da Epagri.
Sem os cuidados, as instalações ficaram comprometidas e os cursos para apicultores deixaram de ser realizados. Os técnicos e a sede administrativa só não foram transferidos para um centro de treinamento, no Itacorubi (SC), por pressão dos apicultores, que pressentiram o fim da Cidade das Abelhas. Com o crescimento sem controle de árvores de até 50 anos, os três mil visitantes anuais ? incluindo de excursões escolares ? deixaram de aparecer.
? Os alunos não aprendiam só sobre mel, mas sobre a organização social das abelhas e o trabalho em grupo ? destaca Miguel.
O apicultor Agenor Castagna lamenta o abandono da Cidade das Abelhas, por ser um descaso à pesquisa que poderia evitar as doenças das abelhas, por exemplo. Castagna complementa que, com a morte dos insetos, não só a produção de mel é atingida.
? Outras plantações, como a de maçã, dependem da polinização ? explica.
A Epagri vai manter a vigilância e manutenção básica da Cidade das Abelhas apenas até 31 de julho. Mas o diretor de extensão rural, Ditmar Zimath, afirma que o local não deve fechar. Por uma parceria a ser firmada com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Epagri manteria técnicos e a vigilância, enquanto a restauração, a posse do local e os pesquisadores ficariam a cargo da UFSC.