Os dados de mercado compõem o boletim “Custo e Preços”, divulgado periodicamente pela CNA. O estudo indica boas condições de mercado para os principais produtos agropecuários. No caso da soja, a alta de preços verificada na última semana foi ainda mais forte em Unaí (MG), com 5,12%; Rio Verde (GO), em 4,88%; e em Sorriso (MT), com alta de 4%. O Centro-oeste foi responsável por uma produção de 31,586 milhões do toneladas de soja na safra 2009/2010, ou seja, cerca de 46% do total nacional, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
No mercado de milho, a CNA verificou aumento médio de 2% nas cinco regiões envolvidas na pesquisa. As maiores recuperações de preços foram apuras em Rio Verde (GO), com 5,89% de alta; Primavera do Leste (MT), em 3,23%; e em Passo Fundo (RS), com alta de 2,43%. A análise aponta que a expectativa de baixa produtividade nos Estados Unidos e a realização de leilões de escoamento de milho nacional para exportações foram fatores importantes para promover a elevação dos preços do milho.
A CNA destaca, ainda, que a oferta da terceira safra de feijão não foi suficiente para conter a elevação dos preços do produto. Em Unaí (MG), o feijão subiu 37,44% somente na última semana. Para o boi gordo, a alta dos preços tem sido influenciada pela baixa oferta de animais para abate (cenário típico do atual período de seca, ou seja, época de entressafra devido à falta de pastagens), e pela forte demanda. A Confederação apurou que na semana passada o preço da arroba do boi subiu 1,42% em Rondônia, 0,66% em Mato Grosso e 0,47% em Tocantins.
A cotonicultura e a pecuária leiteira, entretanto, enfrentaram queda dos preços pagos ao produtor. O valor do algodão caiu 3,18% em Rondonópolis (MT) e em Rio Verde (GO). A média geral aponta para uma redução de 3% no preço do algodão, em queda pressionada pelo aumento da oferta no mercado interno. Os preços pagos pelo leite em setembro apresentaram retração de 3,9% em comparação aos valores praticados em julho, informa a CNA, considerando os Estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul.
? O atual cenário, reflexo das cotações no mercado futuro e da redução da oferta mundial, também incentiva o agricultor a aumentar a produção para o próximo ano ? cita nota divulgada pela CNA.
O único fator de preocupação é a possibilidade de o fenômeno climático La Niña causar períodos de seca severos e, assim, prejudicar o cultivo. Ou seja, o mercado é favorável, mas o clima ainda é uma incógnita e pode trazer surpresas negativas, avalia a Confederação. Essa preocupação não afeta somente a soja, mas também outras culturas, como milho e feijão.
? O prazo limite é a próxima semana. Se não chover, diminui a janela do plantio e aumenta o risco de perdas da produção ? diz a economista Rosemeire dos Santos, superintendente técnica da CNA.