Segundo a entidade, a retração se justifica principalmente pelas chuvas que, ainda que de maneira tímida e heterogênea, retornaram ao Centro-Sul na primeira quinzena de setembro. Apesar da volta das chuvas, a tendência de queda na produtividade da colheita na região Centro-Sul ainda permanece. Dados apurados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC) indicam uma quebra agrícola de 11,1% na primeira quinzena de setembro comparando-se com o mesmo período de 2009. No acumulado desde o início da safra, a quebra atinge 3,6%.
O diretor técnico Antonio de Padua Rodrigues afirma que a chuva observada em algumas regiões produtoras no mês de setembro não deverá interromper a queda na produtividade da cana no curto prazo, pois se trata de um fenômeno em que o efeito não é instantâneo. Em contrapartida, as chuvas observadas no último mês devem aumentar o número de dias de moagem perdidos pelas unidades produtoras e reduzir a quantidade de açúcares na cana.
Mix e produção de açúcar e etanol
Da quantidade total de matéria-prima processada na primeira quinzena de setembro, 46,51% destinou-se à produção de açúcar e 53,49% ao etanol. No acumulado desde abril, a proporção de cana direcionada à fabricação de açúcar alcançou 45,05%, mantendo o mix mais alcooleiro, porém ligeiramente mais açucareiro se comparado com a safra anterior, quando o mix para o açúcar ficou em 43,62%.
Diante desse cenário, nos primeiros 15 dias de setembro a produção de açúcar somou 2,65 milhões de toneladas, crescimento de 48,35% em relação a 2009. A produção de etanol, por sua vez, cresceu 39,48% no período, alcançando 1,87 bilhão de litros. No acumulado desde o início da atual safra, a produção de açúcar totalizou 25,13 milhões de toneladas, alta de 31,84% em relação a igual período da safra anterior. Já a produção acumulada de etanol atingiu 18,80 bilhões de litros, alta de 23,47%, dos quais 13,82 bilhões de litros correspondem ao etanol hidratado e 4,98 bilhões de litros ao etanol anidro.