A estimativa de quanto o produtor deve provisionar em anos bons com vistas a cobrir prejuízos em outras safras, segundo pesquisadores do Cepea, começa pela análise do histórico do seu fluxo de caixa. Essa avaliação lhe apontará a freqüência de perda ou de ganho nos diferentes meses, ao longo de anos. Com dados apurados em campo a partir de 2006, os pesquisadores observam que julho e agosto são os meses de maior risco para a tomaticultura nacional, com mais de 40% de chances de o resultado do produtor ser negativo. Por outro lado, março, abril e maio são os meses de menor risco de prejuízo, sendo respectivamente de 11%, 6% e 13%.
Os pesquisadores responsáveis pela pesquisa, Dra. Margarete Boteon, João Paulo B. Deleo e Richard Truppel, destacam que o ideal é que os tomaticultores avaliem o seu grau de exposição ao risco com base no seu fluxo de caixa antes de planejar o plantio. Para o cálculo apurado do fluxo de caixa, lembram, é importante uma contabilidade dos gastos e das receitas.
? O risco de preços é inerente à cultura do tomate e, independente da escala do produtor, todos estão expostos. A diferença é o modo como gerenciam o ‘dinheiro do tomate’ ? comenta a pesquisadora Margarete Boteon.
O vai-e-vem dos preços é uma situação típica da tomaticultura de mesa do país. Conforme os pesquisadores, em 2009, o preço do tomate ao produtor variou de R$ 10,00/cx a R$ 44,50/cx de 23 kg, sendo que o custo médio por caixa ficou entre R$ 13,00/cx e R$ 16,50/cx. No mesmo ano, estimando a rentabilidade do produtor com base nos preços médios, custos e produtividade, o lucro por hectare variou de um prejuízo de R$ 20.000,00 até um lucro de R$ 100.000,00.