Outra novidade é que a Cerradinho Bioenergia tem como conselheiro independente o ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, desde a semana passada. Fernandes conta que a crise financeira que atingiu o setor e as duas quebras consecutivas de safra fizeram com que as metas da companhia retardassem o projeto do Chapadão do Céu em um ano.
– Estamos investindo no plantio de cana para recompor a lavoura. Iremos expandir 13 mil hectares com cana nesta safra – diz.
Com os investimentos focados na ampliação industrial e agrícola, a empresa decidiu postergar a construção da segunda unidade da Usina Porto das Águas, que estava orçada em cerca de R$ 700 milhões, para depois que a ampliação da primeira estiver concluída. A capacidade instalada seria semelhante.
A Porto das Águas foi o único ativo do setor sucroalcooleiro remanescente do antigo grupo Cerradinho. Endividada em um momento de baixa liquidez do mercado, o grupo Cerradinho acabou vendendo suas usinas localizadas em Catanduva e Potirendaba, no interior paulista, para o Noble Group em dezembro de 2010 por R$ 1,5 bilhão, incluindo a dívida de cerca de R$ 1 bilhão. A Usina Porto das Águas permaneceu com o grupo Cerradinho e a estratégia seria formar um polo energético ao seu redor.
Focada na produção de etanol e energia elétrica a partir de cogeração, a usina deve produzir 250 milhões de litros de etanol na safra 2012/2013 ante 210 milhões de litros na safra anterior. A produção de energia elétrica atinge 22 Megawatts médios, dos quais 18 MW médios já foram comercializados através de leilões de energia.
– Estamos analisando o mercado livre para vender a energia restante – afirma.
O executivo relata que a empresa teve problemas para entregar a energia vendida em leilão porque a conexão não ficou pronta a tempo. Desde o final de 2011, contudo, a conexão foi estabelecida e a Cerradinho já entrega normalmente a energia gerada. Segundo Fernandes, a usina também conseguiu receber o pagamento pela energia que gerou mas não conseguiu entregar por falta da conexão.
A Cerradinho está analisando a entrada também na produção de açúcar. Mas isto não deve acontecer no médio prazo porque a empresa não possui uma logística estruturada para o transporte de açúcar. A empresa possui contratos de longo prazo com a ALL para o transporte de etanol e possui um terminal próprio em Chapadão do Céu para embarque do produto.