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Diversos

Primeira cerveja 100% produzida em Santa Catarina chega ao mercado

Projeto quer estimular produção de lúpulo no estado; atualmente uma fazenda modelo no estado está investindo para ampliar o plantio

A primeira cerveja produzida com ingredientes 100% de Santa Catarina já está no mercado. A Toda Nossa foi desenvolvida por meio de uma parceria entre a secretaria da Agricultura, a Epagri, a Udesc, as cervejarias Ambev e Lohn Bier, a Prefeitura de Lages e a Associação Brasileira de Produtores de Lúpulo (Aprolúpulo). O líquido contém malte de cevada, leveduras e lúpulo produzidos em Santa Catarina.

Segundo informações da secretaria da Agricultura, o principal desafio do estado na produção de cerveja é o desenvolvimento da produção de lúpulo, que ainda se encontra em estágio embrionário no Brasil. Uma Fazenda Modelo foi instalada em Lages, na Serra Catarinense, para estimular o plantio. O governador Carlos Moisés enalteceu o projeto. Segundo ele, Santa Catarina já possui uma cultura enraizada de produção cervejeira, e a primeira cerveja 100% catarinense ajudará a alavancar toda uma cadeia econômica.

“A produção do lúpulo pode trazer uma cultura mais humanizada para o campo e uma boa fonte de renda para os produtores”, ressaltou o governador.

O secretário da Agricultura, Altair Silva, destacou que a Fazenda Modelo de Lages ajudará a expandir o plantio do lúpulo na Serra. A região possui clima favorável para esta cultura. Hoje, praticamente 100% do lúpulo usado na fabricação de cervejas no Brasil é importado.

“O projeto está totalmente alinhado com nossas ações para incentivar as culturas de inverno em Santa Catarina, diversificar a renda e agregar valor à produção. Nossos técnicos da Epagri estão colaborando nas pesquisas e incentivando os agricultores a aderirem ao projeto, que pode mudar a realidade da região serrana. Esse pode ser mais um destaque da Serra Catarinense”, assinalou o secretário.

A Ambev possui um viveiro de lúpulo em Lages com capacidade de produção de 60 mil mudas por ano, que são doadas a agricultores familiares da região. O projeto da Fazenda de Lúpulo Santa Catarina conta ainda com uma lavoura experimental de 1 hectare, destinada a testes de manejo. A empresa planeja uma unidade de beneficiamento da planta e uma planta piloto para o processamento de lúpulo, onde as plantas fornecidas pelos produtores serão beneficiadas e transformadas em pellets prontos para uso.

Consultor de projetos especiais da Ambev, Felipe Sommer explicou que a produção ainda é tímida em Santa Catarina, concentrada em pequenos agricultores da região serrana, mas o estado tem um grande potencial para produção, tanto de lúpulo quanto de cevada, que poderiam ser utilizadas nas cervejarias nacionais. Por isso, o interesse em incentivar o plantio na região serrana. “Esse não é um projeto só da Ambev. Nós não queremos produzir lúpulo, nós queremos incentivar os produtores da região e os agricultores familiares. É um projeto institucional que pode levar ao desenvolvimento de uma nova cultura no Brasil”, destacou.

Cevada na produção de cerveja

A Cervejaria Ambev pretende incentivar também o cultivo de cevada em Santa Catarina. Hoje, a empresa fornece a semente e possui contratos de venda garantida para o produtor. A área plantada, no entanto, ainda é menor do que o necessário para abastecer a fábrica. A intenção é criar um campo experimental para a produção do cereal, da mesma forma que foi feita com o lúpulo.

Segundo o consultor Felipe Sommer, a Ambev absorveria a produção equivalente a 20 mil hectares de cevada plantados em Santa Catarina. Atualmente, a área cultivada no estado é de 492 hectares, concentrados na região de Campos Novos e Joaçaba.

Além de abastecer a indústria, a cevada pode ser utilizada para alimentação animal. A produção adquirida pela Ambev, quando não aproveitada na fabricação de cerveja, é revendida para fábricas de ração em Santa Catarina. “A produção de cevada casa perfeitamente com nosso projeto de incentivo ao plantio de cereais de inverno. Queremos que os produtores ocupem suas lavouras também no inverno, produzindo trigo, triticale, centeio, aveia ou cevada. Temos boas expectativas nesse projeto e ficamos felizes em encontrar apoio também na indústria”, afirmou o secretário Altair Silva.

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