Paste this at the end of the

tag in your AMP page, but only if missing and only once.

Cesta básica brasileira ganha feijão chinês

Com preço atraente, grão asiático vira alternativa para suprir a falta de produto causada pela redução na safraDepois de invadir os lares brasileiros com calçados e eletrônicos, a China chega à cozinha nacional com um produto primordial na dieta verde e amarela. O Brasil nunca importou tanto feijão preto chinês quanto nos primeiros sete meses de 2008.

Neste ano, já foram 23,7 mil toneladas do grão no período: sete vezes mais do que em 1999, o recorde anterior da série histórica publicada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.

Diante da produção brasileira de 1,19 milhão de toneladas, essa quantidade é pequena. No entanto, dentro do quadro de importações do produto, representa mais de um terço do total. Além disso, o número demonstra o avanço do produto chinês ante o boliviano, tradicionalmente a segunda opção de abastecimento, atrás do argentino.

Segundo o analista da Safras e Mercado Rafael Poerschke, um dos motivos que permitiram a entrada do grão da China foi a melhora da qualidade, além do preço competitivo, mesmo com pagamento de Tarifa Externa Comum do Mercosul de 10%.

O feijão chinês contribuiu para que, de janeiro a julho, o Brasil importasse quase a mesma quantidade de feijão preto de todo o ano passado: 67,9 mil toneladas em sete meses, ante 76,7 mil nos 12 meses de 2007. Poerschke explica que neste ano as importações foram antecipadas e elevadas devido ao atraso de até dois meses no plantio, causado pela seca, e à redução de 14,5% na área plantada na primeira safra, colhida no início deste ano.

? A perspectiva para este segundo semestre é de que as importações se mantenham aquecidas, mas com foco na Argentina, que encerrou a colheita ? diz Poerschke.

A necessidade de importação só não será maior porque a redução de produção na primeira safra deve ser compensada com aumento na segunda. O problema na primeira não foi apenas climático. É que o preço da saca de 60 quilos no atacado há um ano, de R$ 59, era considerado baixo e desestimulou o plantio. O valor atual, de R$ 152,50, incentivou a segunda safra.

De acordo com o presidente da Comissão de Grãos da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Jorge Rodrigues, o fato de o feijão ser voltado exclusivamente ao mercado interno e a falta de apoio à produção desestimulam a estabilidade de produção e a auto-sustentabilidade do Brasil com relação ao grão.

Sair da versão mobile