Em algumas praças, como em Santos (SP), a saca se desvalorizou R$ 3 em um dia. Mercado aponta melhoras nas lavouras brasileiras como uma das razões
Daniel Popov, de São Paulo
O mercado da soja vive dias complicados neste início de ano. As cotações na Bolsa de Chicago acumulam quedas consecutivas e resulta em valores abaixo dos US$ 9 por bushel. Com isso, o mercado brasileiro que já não andava bem, com poucos negócios, desaba mais uma vez desde o ínicio do ano. Nem mesmo o câmbio em alta foi capaz de segurar este movimento dos preços.
A forte baixa na Bolsa de Chicago pressionou os preços domésticos. Assim, o mercado seguiu travado, à exceção de alguma movimentação reportada em São Paulo, diante de necessidade do comprador. Também em Santos foi registrada a maior queda nos valores, de R$ 79, para R$ 76 a saca.
Em Passo Fundo (RS), a saca de 60 quilos caiu de R$ 75 para R$ 73. Na região das Missões, a cotação baixou de R$ 74,50 para R$ 72,50 a saca. No porto de Rio Grande, os preços caíram de R$ 78,50 para R$ 76,50.
Em Cascavel, no Paraná, o preço caiu de R$ 70 para R$ 69 a saca. No porto de Paranaguá (PR), a saca caiu de R$ 75 para R$ 74,50.
Em Rondonópolis (MT), a saca baixou de R$ 67 para R$ 65. Em Dourados(MS), a cotação permaneceu estável em R$ 67. Em Rio Verde (GO), a saca ficou em R$ 68.
Preço dos produtores
Para ajudar os produtores de soja de regiões mais distantes dos principais polos de negociação, o Projeto Soja Brasil está criando uma rede de preços, enviados por agricultores parceiros. A ideia é mostrar a situação em locais não acompanhados por consultorias.
Em Mangueirinha (PR), a saca caiu de R$ 68 para R$ 67,50. Em Coronel Bicaco (RS) a saca caiu de R$ 67, para R$ 66,50. Em São Miguel do Iguaçu (PR), a saca seguiu em R$ 66. Em Ronda Alta (RS) a saca que era negociada a R$ 69, recuou para R$ 68,50.
Chicago cai abaixo de US$ 9
Os contratos futuros da soja negociados na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) fecharam a terça-feira, dia 15, com preços em queda. O mercado tentou reagir no início do dia, mas se consolidou no território negativo, fechando perto das mínimas da sessão. Foi o segundo pregão consecutivo de perdas.
A indefinição e a falta de novidades sobre um possível acordo comercial entre Estados Unidos e China preocupam os produtores americanos. A demanda pela soja do país é fraca e o desaquecimento amplificado pelas preocupações com a economia global, que retiram investimentos das commodities, com operadores buscando opções mais seguras.
Para completar o quadro negativo, traders citaram uma melhora nas previsões climáticas no Brasil, amenizando a perda no potencial produtivo diante da falta de chuvas. A colheita avança no Brasil. Dados oficiais indicam quase 6% da área já colhida no Mato Grosso e 10% no Paraná.
Com isso tudo, os contratos da soja em grão com entrega em março fecharam com baixa de 10,25 centavos de dólar ou 1,13%, a US$ 8,93 por bushel. A posição maio teve cotação de US$ 9,06 por bushel, perda de 10,50 centavos de dólar em relação ao fechamento anterior ou 1,14%.
Câmbio sobe
O dólar comercial encerrou a sessão de hoje em alta de 0,67%, sendo negociado a R$ 3,7260 para venda e a R$ 3,7240 para compra. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,6960 e a máxima de R$ 3,7280.
Chicago e câmbio nesta quarta
Os contratos da soja em grão abriram esta quarta, dia 16, com preços mais altos nas negociações na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT). O mercado esboça uma recuperação frente ao pior patamar em duas semanas (atingido na sessão anterior).
Os contratos com vencimento em março de 2019 operam cotados a US$ 8,97 por bushel, com ganho de 4,25 centavos de dólar por bushel ou 0,47%.
Já o câmbio opera em queda de 0,16%, cotado a R$ 3,72, ante o valor de abertura de R$ 3,7260.