A China ameaçou taxar as importações de produtos dos Estados Unidos como frutas e carne suína. O anúncio foi uma resposta à decisão do presidente Donald Trump que assinou nesta quinta-feira, dia 22, um decreto que dá autoridade ao governo americano para impor medidas comerciais específicas contra o país asiático, que podem chegar a US$ 60 bilhões.
Segundo a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Hong Kong é um grande parceiro comercial, sendo o segundo maior importador de carne, e a notícia gera a expectativa desse mercado ser transferido para o Brasil.
Para o presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivânio Luiz de Lorenzi, há uma oportunidade para o mercado de suínos do Brasil, mas o fato precisa ser concretizado. “Depois de tantos problemas que o setor teve, acredito que a China fazendo isso vai, inclusive, pressionar a Rússia a abrir novamente o mercado dela. É um momento de apreensão, mas a notícia traz uma esperança pelo menos psicológica”, disse.
Bolsas asiáticas
Com temor de que o atual cenário se transforme em uma guerra comercial, os principais índices do mercado de ações da Ásia fecharam o último pregão da semana em queda forte. A bolsa de Tóquio liderou as perdas na região e fechou em queda de mais de 4%, chegando à menor pontuação em cerca de cinco meses. O iene teve forte apreciação ante o dólar, o que prejudicou as ações de empresas exportadoras. As ações também caíram em Seul, apesar de a Coreia do Sul ter ficado temporariamente isenta das tarifas de Trump.
“Com o receio crescente de que uma guerra comercial impacte negativamente o crescimento global, a aversão ao risco pode se tornar um tema dominante no mercado no futuro”, disse o analista da FXTM, Lukman Otunuga.