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China aumenta volume de importações de milho e soja em dezembro

Estados Unidos representam uma fatia dominante dos embarques para a nação asiáticaA China importou volumes recordes de milho no mês de dezembro. No mês passado, o país importou 820.968 toneladas de milho, o triplo do adquirido um ano antes e o maior volume comprado do cereal em um único mês, de acordo com dados aduaneiros divulgados nesta terça, dia 21. Referente à soja, o país importou 7,4 milhões de toneladas do grão em dezembro, aumento de 25,7% ante igual período do ano anterior. Já as importações de óleo de soja recuaram 55,8% na mesma base de comparação, para 89.501 ton

Os Estados Unidos ainda representam uma fatia dominante dos embarques para a nação asiática, mas a participação norte-americana no total importado vem caindo. A mudança da China para uma dieta rica em proteínas está mudando os fluxos comerciais globais. O país já é o maior consumidor mundial de milho, e sua demanda crescente por alimentos transformou a nação de um exportador líquido do cereal há três anos para o quinto maior importador do mundo, de acordo com o Rabobank.

O aumento das importações ocorreu mesmo depois que órgãos de verificação de qualidade chineses devolveram no mês passado 545 mil toneladas de milho aos EUA, argumentando que o cereal foi contaminado com o traço geneticamente modificado MIR 162, não autorizado por Pequim em importações. A rejeição foi um volume recorde, levando alguns analistas à época a dizer que autoridades de importação chinesas não se preocupariam em recusar suprimentos porque tradings estatais já tinham reservado o suficiente para atender às necessidades do país.

– Os volumes importados em dezembro eram tão grandes que os carregamentos rejeitados realmente não afetaram o abastecimento interno – disse Sylvia Shi, analista da empresa de consultoria agrícola Shanghai JC Intelligence.

Os níveis de importação elevados indicam que a China continua sendo um comprador oportunista nos mercados globais. Os preços globais de milho no mês passado atingiram o seu nível mais baixo desde setembro de 2010, tendo caído 34% no segundo semestre do ano, na sequência de boas colheitas pelo mundo, apontaram analistas.

Os preços do milho importado em dezembro ficaram em cerca de 2 mil yuans (US$ 330) por tonelada após os impostos e custos de frete, cerca de 12% mais baixos do que os valores domésticos, disse Sylvia. Se o custo do transporte de milho doméstico a partir de áreas de cultivo do norte para bases de consumo do sul for levado em conta, o milho doméstico fica ainda mais caro, ressaltou. O milho chinês é muitas vezes mais caro do que o importado por causa de garantias do governo de que comprará o cereal de agricultores se os preços de mercado recuarem abaixo de um mínimo predefinido.

No ano passado, a China importou 3,3 milhões de toneladas de milho, queda de 37% na comparação com 2012. Foi, entretanto, o segundo maior volume anual desde que a China se transformou em um importador líquido de milho em 2010. Antes de 2010, o país importava apenas volumes pequenos e esporádicos.

Altos funcionários do governo advertiram que o país pode enfrentar um déficit de milho nos próximos anos devido à crescente demanda das indústrias de gado e de processamento de alimentos. Cerca de 70% do consumo de milho da China ocorre na criação de gado. O restante é usado por processadores de alimentos, que transformam o grão em xaropes e amidos, entre outros alimentos.

Nos últimos meses, o Ministério da Agricultura do país tem defendido uma tendência de aumento das importações de milho, dizendo que uma combinação de recursos internos e externos é “uma escolha inevitável para a China”. No entanto, alguns estrategistas militares advertiram que as nações ocidentais poderiam usar as importações de grãos como estratégia para minar a segurança da China.

A China tradicionalmente dependeu dos EUA para mais de 90% das suas importações de milho. Em 2010 e 2011, os EUA responderam por 96% do cereal comprado pela China no exterior. Em 2012, a participação dos EUA no mercado chinês subiu para 98%. No ano passado, todavia, com Pequim adotando uma estratégia para diversificar a base de suprimento, a proporção dos EUA caiu para 91%. Em dezembro, os EUA respondiam por apenas 78% do mercado chinês.

Nos últimos meses, a China fechou acordos de importação de milho com Ucrânia, Argentina e Brasil. De acordo com dados da alfândega chinesa anunciados na terça-feira, a Ucrânia foi o segundo maior vendedor de milho para a China, com as exportações do país do Leste Europeu subindo para 109 mil toneladas no ano passado ante zero em anos anteriores. Vizinhos asiáticos como Laos e Mianmar também estão intensificando vendas para a China.

Os embarques ucranianos foram os primeiros a aumentar a partir de um acordo atingido em 2012, por meio do qual a China iria emprestar US$ 3 bilhões para a Ucrânia em troca de uma oferta anual potencial de 3 milhões de toneladas de milho. 

Agência Estado
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