A estatal Beidahuang Land Cultivation Group vai adquirir pelo menos 200 mil hectares em áreas agrícolas de outros países neste ano. De acordo com o presidente da companhia, Sui Fengfu, será desenvolvida a logística e os estoques das propriedades. Trata-se de um sinal de que o agronegócio chinês está respondendo à solicitação do governo para que se movimente mais rapidamente no processo de expansão no exterior, uma área cada vez mais importante para atender à demanda crescente e à possibilidade de instabilidade na oferta.
O grupo Beidahuang é um dos maiores moinhos de arroz da China e, por meio da subsidiária Jiusan Oil & Fat, é um dos maiores processadores de soja do mundo.
? Estamos planejando projetos em 200 mil hectares para este ano ? declarou Sui, acrescentando que esses investimentos incluem países como Brasil, Argentina, Venezuela, Rússia, Austrália, Zimbábue e Filipinas.
Sui explicou à mídia local que a companhia utiliza diferentes métodos de aquisição, inclusive arrendamentos ou compras diretas, dependendo do país. No início do ano passado, a companhia fechou acordos para adquirir milhares de hectares na Argentina e em Cuba, para produzir arroz, soja, trigo e canola, em troca de investimentos chineses em logística e irrigação.
Os planos do grupo Beidahuang, divulgados no congresso que durou uma semana e meia, surgem num momento de melhora nas condições domésticas de cultivo, após período de grave seca. O diretor da Administração Estatal de Grãos, Nie Zhenbang, explicou que a China deve ter uma colheita recorde de trigo neste ano.