O problema da segurança alimentar foi abordado durante o 7ª Encontro Ásia-Europa (Asem), que terminou neste sábado, em Pequim.
Na entrevista coletiva final, Wen se referiu ao caso do leite contaminado com melamina, uma substância química normalmente utilizada em plásticos e resinas, que intoxicou mais de 53 mil crianças chinesas.
? Posso garantir solenemente que damos a maior importância e prioridade a este assunto, não só pela segurança de nosso povo, mas de todo o mundo ? respondeu o primeiro-ministro a um jornalista japonês.
Segundo o premiê chinês, as autoridades tomarão todas as medidas para respeitar as normas internacionais de segurança alimentar mais exigentes, incluindo as dos países de destino das exportações.
? Estamos conscientes de que nos resta muito trabalho a fazer, mas demonstraremos pela qualidade de nossos produtos que merecemos a confiança ? disse Wen.
O primeiro-ministro afirmou que serão perseguidos não só os autores materiais da fraude, mas “os responsáveis políticos envolvidos”.
No plano legislativo, esta semana, a Assembléia Nacional Popular começou a debater a reforma da Lei de Segurança Alimentar. A reforma legal, que deve ser aprovada em 28 de outubro, estabelecerá mais responsabilidades para o governo, além de padrões de qualidade nos alimentos mais estritos.
A minuta contempla proibir todas as substâncias químicas e materiais na produção alimentícia, com exceção de uma lista determinada de aditivos, que deverão ser aprovados previamente pelas autoridades de saúde.
Incluir substâncias que não estão na lista seria punido com o fechamento da produção ou a revogação da licença de fabricação, segundo o projeto de reforma.
O leite com melamina passava pelas análises como rica em proteínas, quando, na verdade, não era. Pelo contrário, a substância acrescentada produziu cálculos renais em dezenas de milhares de crianças chinesas, das quais quatro morreram.