Economia da China dá bons sinais e produtores buscam notícias de demanda para soja

Analista afirma que demanda é constituída e irá atrás da commodity

Kellen Severo | São Paulo (SP)

A semana começou com indicadores econômicos positivos vindos da economia chinesa e sinalizações de que o crescimento robusto deve prosseguir no país asiático. Diante do noticiário, cabe ao mercado agrícola buscar novidades sobre o potencial de demanda para commodities, especialmente a soja brasileira.

Nesta segunda, dia 13, o mercado repercutiu a afirmação do presidente do Banco do Povo da China, Zhou Xiaochuan, que garantiu que o PIB do país deverá crescer 7,5% neste ano. Quanto maior o crescimento da China, maior tende a ser a demanda por alimentos. Além da afirmação de Xiaochuan, a balança comercial da China registrou superávit de US$ 31,0 bilhões em setembro, ante US$ 49,8 bilhões em agosto. As exportações cresceram 15,3% em setembro na comparação com o mesmo mês do ano anterior, acima das previsões de 12,5%; enquanto as importações aumentaram 7,0%, ante previsão de queda de 2,4%.

Repercussão

Boas notícias da China costumam animar produtores de soja, que estão de olho na demanda do principal comprador mundial. Analistas de mercado destacam que a demanda já está constituída e quem precisa do produto virá comprar.

Segundo o consultor do SIM Consult, Liones Severo, poucas pessoas conseguem perceber que os consumidores asiáticos avançaram no gasto com alimentos à base de proteína animal. Na lista dos primeiros dez países mais populosos, sete são asiáticos, com economias em amplo crescimento e aumento da capacidade de consumo de suas populações.

– Está havendo uma forte reposição dos rebanhos, que são alimentados por farelo de soja, para cobrir o grave déficit de proteína animal. Existe uma forte solicitação da demanda para o aumento de produção dos alimentos à base da proteína animal, a base dos hábitos alimentares mundiais, após a conversão das dietas asiáticas. A soja não tem substituto, é a commodity mais importante do mundo. Se o produtor não vender, haverá um preço de resgate. A demanda é constituída, precisa do produto e virá comprar, com certeza – indica Severo.

Acompanhe a entrevista do analista, na segunda edição do Mercado & Cia: