A China emitiu recentemente cotas de importação adicionais de 400 mil toneladas, sob a categoria de “processamento para exportação”, o que significa que as empresas devem se comprometer a vender para o exterior os produtos fabricados com as cotas de importação extras de algodão obtidas, segundo um comerciante de Shandong. A nova rodada de cotas elevou o total que poderá ser importado este ano para cerca de 2,9 milhões de toneladas, disseram analistas. Todavia, o volume ainda é insuficiente para os moinhos têxteis chineses, que consomem cerca de nove milhões de toneladas anualmente.
– A questão das cotas de importação sob essa categoria não pesará sobre os preços domésticos, porque as fábricas têxteis irão exportar os produtos posteriormente – disse o analista Du Ying, da corretora Wonder Futuros.
Segundo o analista, o governo também está estudando a liberação de cerca de um milhão de toneladas de algodão da safra anterior, estocado em reservas estatais, a preços abaixo do mercado, para atender à demanda e liberar espaço para a nova safra, que deve ser colhida a partir de setembro.
Na semana passada, a maior empresa têxtil chinesa, Weiqiao Textile, informou que o lucro líquido no primeiro semestre caiu 90% em relação ao ano anterior, para 54 milhões de yuans. A diferença de preço muito grande do algodão dos mercados doméstico e externo levou ao aumento dos custos de produção para os empresários locais. Segundo Weiqiao, essa diferença está por trás do declínio acentuado das exportações de produtos têxteis e vestuário.
A China é o maior produtor, consumidor e importador mundial de algodão. O país importou 3,4 milhões de toneladas em 2011, o que representa cerca de 40% do que consome.