China emite novas cotas de importação de algodão

Governo tomou medida em função de companhias do setor estarem sendo afetadas pela baixa demanda global por produtos têxteisA China autorizou algumas empresas têxteis a importar mais algodão, porque os lucros das companhias do setor estão sendo afetados pela baixa demanda global por produtos têxteis e pelos altos preços domésticos da fibra. Os preços locais de algodão estão entre 20% e 30% mais altos do que as cotações globais, como resultado de um programa de reservas de governo direcionado para proteger os produtores da fibra. O governo também limita o acesso das companhias têxteis a fontes globais mais baratas por

A China emitiu recentemente cotas de importação adicionais de 400 mil toneladas, sob a categoria de “processamento para exportação”, o que significa que as empresas devem se comprometer a vender para o exterior os produtos fabricados com as cotas de importação extras de algodão obtidas, segundo um comerciante de Shandong. A nova rodada de cotas elevou o total que poderá ser importado este ano para cerca de 2,9 milhões de toneladas, disseram analistas. Todavia, o volume ainda é insuficiente para os moinhos têxteis chineses, que consomem cerca de nove milhões de toneladas anualmente.

– A questão das cotas de importação sob essa categoria não pesará sobre os preços domésticos, porque as fábricas têxteis irão exportar os produtos posteriormente – disse o analista Du Ying, da corretora Wonder Futuros.

Segundo o analista, o governo também está estudando a liberação de cerca de um milhão de toneladas de algodão da safra anterior, estocado em reservas estatais, a preços abaixo do mercado, para atender à demanda e liberar espaço para a nova safra, que deve ser colhida a partir de setembro.

Na semana passada, a maior empresa têxtil chinesa, Weiqiao Textile, informou que o lucro líquido no primeiro semestre caiu 90% em relação ao ano anterior, para 54 milhões de yuans. A diferença de preço muito grande do algodão dos mercados doméstico e externo levou ao aumento dos custos de produção para os empresários locais. Segundo Weiqiao, essa diferença está por trás do declínio acentuado das exportações de produtos têxteis e vestuário.

A China é o maior produtor, consumidor e importador mundial de algodão. O país importou 3,4 milhões de toneladas em 2011, o que representa cerca de 40% do que consome.