O transgênico MIR-162, que é resistente a insetos, foi encontrado em 12 lotes de origem norte-americana entregues em portos nas províncias de Shenzhen, Fujian, Shandong, Guangdong, Zhejiang e Xiamen, informou a administração. O órgão revelou ter devolvido as cargas em quarentena, notificado as autoridades norte-americanas e solicitado aos Estados Unidos que “melhorem os procedimentos de inspeção”.
A variedade está liberada para consumo nos Estados Unidos e na Europa. Uma robusta safra doméstica é o que permitiu à China rejeitar o produto e sinalizar que não relaxará os mecanismos de controle sobre a entrada de grãos importados, muito embora o governo esteja debatendo se autoriza ou não um consumo maior de alimentos geneticamente modificados. A crescente demanda transformou o país asiático de exportador líquido de milho no quinto maior comprador do mundo.
A Syngenta AG, que desenvolveu o MIR-162, pediu em comunicado emitido nesta sexta que a China atualize suas leis para liberar o transgênico.
– A solução está com as autoridades chinesas. Se eles querem importar milho das principais áreas produtoras do mundo, devem sincronizar seu processo regulatório, de modo que possam aceitar o milho cultivado nessas regiões – disse a porta-voz da companhia suíça.
Traders temem que as devoluções de cargas norte-americanas provoquem uma desaceleração na demanda. Importadores chineses agendaram a entrega de 3 milhões de toneladas dos Estados Unidos até o verão deste ano, segundo dados divulgados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em agosto. No entanto, a ampla colheita chinesa pode reduzir a necessidade de importação do país. Pesquisadores afirmam que a produção de milho da China neste ano alcançará 215 milhões de toneladas, um aumento de 5% em relação a 2012, mas o governo não revela o volume exato.
– Há um problema com a modificação genética, mas um fator mais realista a ser considerado é que a oferta doméstica de milho tem sido bem elevada ultimamente, então não há tanta necessidade por produto estrangeiro – observou Pan Chenjun, analista do Rabobank.
A China importou cerca de 1,5 milhão de toneladas de milho norte-americano nos 10 primeiros meses de 2013, segundo estimativas alfandegárias. Autoridades sênior do governo chinês alertaram que o país pode enfrentar um déficit nos próximos anos por causa da demanda cada vez maior de indústrias processadoras de alimentos.
O país está diversificando as origens de milho. Nos últimos meses, foram fechados contratos para importação da Argentina e do Brasil, incluindo variedades transgênicas liberadas para uso animal.